quarta-feira, 29 de outubro de 2014

massa de feijão verde com gengibre e óleo de gergelim [harussame, o miojo de gente grande, e de quem não pode comer glúten!]


miojo de gente grande, o harussame também salva quem não pode consumir glúten!


Adoro canja de galinha; não tenho a menor dúvida que prepararia essa sopa toda vez que tivesse caldo de frango em casa, mas o Ebraim acha que colocar arroz no caldo é coisa do diabo, então acabo usando o caldo com massas recheadas, com panquecas enroladas e cortadas em tirinhas (como os mexicanos fazem com tortillas), como base para outras sopas ou para cozinhar grãos. Não entendo como alguém pode desprezar algo com tanto sabor! E para quem diz que não usa porque é muito gorduroso, compre o peito com osso e sem pele, depois cozinhe-o em uma panela grande, com água e os mesmos temperos que você colocaria em um caldo de legumes (cebola, alho, cenoura, salsão e ervas frescas, por exemplo). Depois de pronto, retire o frango e coe o caldo para um pote de vidro; a pouca gordura que ali existe se solidifica e fica sobre o caldo, então, se fizer questão, é só retirá-la - mas ressalto que isso não é necessário; a lâmina que se forma voltará a ficar fluida quando o caldo for aquecido, e trará muito sabor!

E quando não faço sopa, não tenho massa recheada, não preciso cozinhar grãos ou (e principalmente!), quando estou sem tempo, sem vontade de cozinhar e sem paciência de lavar louça, faço um miojo de gente grande; ridiculamente fácil e absurdamente reconfortante. 

A massa de feijão verde cozinha muito rápido, então apenas coloco-a no prato onde será servida e a cubro com o caldo bem quente. Para temperar, gotas de gengibre espremido e óleo de gergelim torrado. Apenas isso, simples e perfeito, não coloco mais nada. Quem quiser um algo a mais, esse miojo vai bem com um toque de shoyu, com gergelim torrado e moído (tem um moedor baratinho na Liberdade!), com lascas de bonito desidratado (procure por hana katsuo, um tipo de katsuobushi) ou com um tempero japonês apimentado da S&B, usado para dar sabor a caldos e sopas (nanami togarashi (shichimi), feito com chili, raspinhas de laranja, gergelim, pimenta japonesa, gengibre e alga)

Óleo de gergelim torrado é um ingrediente maravilhoso, vale a pena investir um pouco mais e comprar um japonês, que nada tem a ver com esses vendidos em potinhos de plástico. NADA A VER! E ainda faz uma pipoca...

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Calda de chocolate e cerveja Stout com toque de açaí - e minha pouca prática com chocolate ao leite!



Desta vez, pensei eu, vou agradar minha amiga que odeia chocolate amargo; comprei chocolate ao leite e testei mais uma daquelas combinações com cerveja. Imaginei o açúcar do chocolate, o amargor caramelado da Stout; ah, seria perfeito! Mas não foi, pelo menos, não no início... 

Não me dei conta de que o chocolate ao leite tem uma porcentagem de gordura muito maior do que os 70%, 80% que costumo usar, e a bendita trufa não se firmou, nem no freezer. Por fim, a trufa mole se mostrou uma incrível calda para sorvete, e estava densa o suficiente para ser comida de colherzinha! Vivendo e aprendendo, mas se os ingredientes usados forem bons, as chances de se encontrar um aproveitamento para o erro aumentam muito...

Não tirei foto da calda de sorvete; estas lindas bolinhas que vocês estão vendo foram feitas na semana seguinte, com chocolate 70%, o de sempre, que sempre fica bom de enrolar!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Bolo de fubá com farinha de arroz castanho (sem leite e sem farinha de trigo - ainda testando novas farinhas...)

 

Aquele tipo de bolo perigoso, leve e perfumado, perfeito para ser beliscado enquanto se beberica algo quente ao lado da lareira, e um charme como sobremesa, acompanhado de goiabada cremosa...

Graças à farinha de arroz castanho, o bolo focou moreninho e com um ar mais sério, mas sem nenhum sabor estranho por não ter sido feito com farinha de trigo. Na verdade, até quem diz não gostar de bolo de fubá comeu -e repetiu! Gosto de assar meus bolos, principalmente os que levam farinha integral, a uma temperatura baixa, por mais tempo; sinto que ficam bem assados e com um sabor muito mais complexo!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Pão de milho, Pão de abóbora e Pão de batata [incríveis testes de pão sem farinha de trigo]

Assim como, tempos atrás, cismei em fazer um pão 100% integral, agora coloquei na cabeça que precisava preparar um pão de forma sem farinha de trigo, usando farinha de milho, farinha de arroz e polvilho.

Deixei as receitas com mais ingredientes (e farinhas difíceis de serem encontradas) para as futuras tentativas; queria, apenas, um pão que ficasse gostoso, e que qualquer um pudesse repetir! A boa notícia é que todos os pães ficaram bons - e, depois de aquecidos, ficaram excepcionais!

 pão de milho com sementes de papoula

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Barrinhas de batata doce, chia, castanha e especiarias


Alguém por aqui não suporta batata doce em pratos salgados - deus sabe que já tentei muitos! - mas é só colocar açúcar na bicha que o Sol se abre... Pesei a batata crua, a batata cozida e ela com o açúcar, caso alguém já tenha o doce pronto e resolva aproveitar.

As barrinhas ficaram mais durinhas do que as de brownie, e a textura da chia junto com o doce me fez pensar em figo seco. É aquele tipo de docinho para ir comendo devagar, mastigando pequenos bocadinhos. Para as próximas, quero acrescentar texturas diferentes!

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Waffles de milho e queijo de coalho [com gosto de salgadinho]


Esse ano eu posso dizer que realmente aproveitei a época do milho fresco.

Além das inúmeras espigas assadas na boca do fogão, no forno ou cozidas, dos refogados malucos e das saladas mexicanas, fiz pãezinhos com queijo branco, me arrisquei com lindas tortillas, descobri a delicadeza da polenta feita com milho fresco, assei um maravilhoso pão com farinha de centeio, cortei as espigas em fatias para um repeteco desta sopa de ares mexicanos, refiz a pamonha de forno, formei uma torre com os delicados crepes, fiz facílimas panquequinhas com erva doce e mel, mini picolés de milho com coco, um pão ridículo de fácil (e sem farinha de trigo) e ainda surgiram esses lindos waffles, dourados por fora, úmidos por dentro e com um inacreditável sabor de salgadinho!!!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Pão integral multigrãos [com tahine]

 

Há muito tempo pensava em substituir a gordura da massa do pão por tahine. Na verdade, desde a história dos cookies e das trufas, encafifei com uma focaccia de tahine. Será que funciona???

O pão ficou ótimo, e apesar do ingrediente especial passar despercebido na boca, um perfume incrível tomou a cozinha quando aqueci suas fatias em uma frigideira quente...


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Brownie de feijão azuki [que rendeu barrinhas interessantes]



A Deusa das gordices me mandou um link com receitas sem lactose do Jamie Oliver, e de cara quis preparar estes biscoitinhos de painço e limão, porque tudo o que fiz com esse grão ficou uma maravilha, desde pão até acompanhamento para curry (substituindo o couscous). Só que a receita pedia "flocos" de painço, e eu só tenho os grãos na despensa, então acabei optando pelos lindos brownies servidos com uma cobertura de coco.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Crepes de milho [empilhados, enrolados, quentes, frios...]

 

Para quem gosta de salada de tomate e cebola, essa pilha de panquecas é um almoço perfeito para um dia quente. Mas, se você não é assim tão maluco por cebola crua, entremeie os crepes com queijo, tomate e orégano, e leve-os ao forno. 

São suficientemente firmes para serem recheados, enrolados, cobertos com molho e finalizados com um pouquinho de queijo, para gratinar. Para quem não está acostumado, fazer crepe parece ser um mistério, ma a verdade é que o primeiro nunca fica perfeito, e com a prática, tudo fica mais fácil!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sopa de feijão andu com cenoura e brócolis [e torradas de pão de beterraba]


Foi só esfriar um pouquinho que corri para preparar uma sopa; já estava com saudade das torradinhas de alho feitas na chapa de ferro, e aproveitei o repeteco do pão de beterraba para fazer isso.

Pãezinhos de milho e tomilho [com queijo branco]


Não nego nem tento esconder, ando com mania de colocar goma de tapioca nas receitas. Tudo fica com uma lembrança de pão de queijo, e é uma ótima opção para sair daquele vício de usar farinha de trigo para tudo.

Nesses pãezinhos de hoje, usei milho verde e farinha de milho; ficaram absurdamente bons e são fáceis de preparar. Não pense em nada; apenas corra para a cozinha e depois de uma hora sua casa estará com um perfume irresistível...

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Bolo de agrião com cobertura de chocolate: em busca do bolo verde perfeito!

 

Meses atrás, cismei que tinha de fazer um bolo verde, mas nenhuma receita que vi me pareceu certeira. Apesar de todas levarem praticamente os mesmos ingredientes, as quantidades eram muito diferentes, e os testes não foram poucos... Agora vocês entendem o rocambole de talos? A sorte é que o bandido se mostrou promissor desde a primeira vez, e a calda de chocolate com cara de desenho animado, foi um caso à parte!

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Trufa de chocolate e cerveja ALE, pra gente grande comer de colher, enrolar e até passar no pão!


Cerveja, açúcar e chocolate.
Apenas três ingredientes e menos de cinco minutos de preparo. Boa dica de sobremesa rápida ou de presente para amigos cervejeiros!

Aproveitei que tinha em casa a deliciosa IPA cumaru para preparar mais uma receita de chocolate que não leva manteiga ou creme de leite, do meu queridinho Paul A. Young - antes de morrer tenho de conhecer a loja desse cara!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Salada de abobrinha na chapa, com molho tahine [comeria todos os dias]

 

Gosto de usar óleo de coco para untar formas de bolo e a máquina de waffles, porque ele aguenta bem o calor e ainda deixa um perfume delicioso no ar. Também gosto de usá-lo para fazer refogados, panquecas e bolinhos, na frigideira, mas acho que não sei cozinhar sem azeite... E sem tahine! Essa pasta de gergelim é uma beleza; faz bolos, cookies, trufas e um molho que é perfeito para acompanhar salada ou carne -  e tem alguém que come até de colher...

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Bolinhos de abóbora e frango [sabor de coxinha com massa de abóbora]



Massa feita com tapioca, queijo e abóbora assada; recheio tradicional de coxinha. Achei que ficaria bom, mas nunca teria imaginado que ficaria tão sensacional! 

Não é uma receita difícil, apesar de requerer algum preparo prévio. Numa primeira etapa, assei a abóbora e cozinhei o frango, só depois fiz a massa e montei os bolinhos. Tanto a abóbora quanto o frango desfiado ficam bem na geladeira, de um dia para o outro, e eu já estou me programando novamente, porque foi o tipo da coisa que preparei sabendo que alguém ficaria viciado...

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Tortillas de milho [milho verde e farinha de milho]



comentei que ainda não me organizei para fazer a tradicional tortilla de milho, mas esta de hoje foi a que chegou mais perto dela, tanto pelo visual quanto pelo gosto. Fiquei orgulhosa, exibida e louca para prepará-las novamente, confesso!

Essa prensa linda foi presente de um amigo muito especial, e veio diretamente do México. Se não tiver uma dessas, improvise fazendo pressão sobre uma tábua, ou usando um rolo de massa. Ou, ainda, encomende uma de madeira (dica da Neide Rigo). Só não cometa o erro de fazer uma só receita para duas pessoas comilonas; depois de cada um comer as suas quatro tortillas, ainda restava um bom tanto dessa deliciosa salada e de queijo de coalho dourado na chapa. A solução foi aquecer, em uma das bocas do fogão, um pão sírio congelado...



segunda-feira, 28 de julho de 2014

Rocambole de agrião com recheio de grão de bico [coberto com molho tahine]


Adoro usar talos de coentro e salsinha para preparar bolinhos, porque eles sempre estão lá quando as folhas já se foram, e além do sabor, acrescentam textura à massa. Para esse rocambole, processei talos de agrião, então ainda ganhei uma massa verde, para contrastar com o colorido do recheio.

Uma alternativa de recheio seria salada de tomate e queijo de cabra, temperados com azeite, sal e folhas de manjericão. Também poderia fazer uma versão quente, se tivesse ralado um queijo meia cura  sobre a massa já assada; depois bastaria voltar a assadeira ao forno por um minuto, para que ele derretesse, então enrolar o rocambole e voltá-lo ao forno, só para que aquecesse antes de ir para a mesa! O céu é o limite, o negócio é aproveitar o que tem na geladeira!

Para o molho, usei tomates maduros frescos, ralados e temperados com alho espremido, sal, orégano e azeite; apenas deixe-o sobre uma peneira por alguns minutos, para que o excesso de água escorra. E não jogue fora esse "suco" que escorrer; fica lindo como aperitivo, servido em copinhos de cachaça!

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Nachos de farinha de milho e polvilho doce



Não sei se foi o suculento taco adobado que comemos na incrível Taquería la Sabrosa, a vontade de me esquentar com um prato de sopa mexicana com pão de milho ou o chilli da Patricia, mas quando vi que tinha abacate, cebola roxa, tomate, limão, pimentas e coentro, não pensei duas vezes no rumo que iria tomar.

Já preparei tortillas com uma mistura de farinhas de milho e trigo, só com farinha de milho e com uma masa pronta, própria para tortillas; basta misturar água, fazer uma bolinha, abri-la em uma prensa e colocá-la sobre uma chapa bem quente. Ainda não tive coragem de prepará-la do zero, a partir de milho cozido com cal (milho nixtamalizado), mas a Neide Rigo testou tudo aqui. Tortillas prontas podem virar nachos, se forem cortadas e fritas, mas como odeio fazer fritura, acabo pincelando-as com óleo ou azeite e levando os triangulozinhos ao forno.

Desta vez resolvi mudar tudo; preparei crepes feitos à base de farinha de milho e polvilho doce, para fazerem as vezes de tortilla, depois cortei cada uma em quatro pedaços e levei-os ao forno para que endurecessem. Se quiser tacos, deixe-os no forno por menos tempo, apenas para que sequem um pouco e peguem aquele formato de barquinha; para nachos, aqueles com cara de "doritos", espere que fiquem firmes, mas não queimados. Modéstia a parte, mas ficaram show!

domingo, 13 de julho de 2014

Salada de erva doce assada com zaatar [com tâmaras, nozes e mel de laranjeira]


Para quem gosta de doce com salgado, esse é um prato bem interessante! Tem todo o perfume da erva doce, o tempero forte do zaatar, a doçura da tâmara, a crocância da noz e o brilho do mel. Aconteceu sem querer, uma coisa foi puxando a outra, mas posso dizer que é uma salada para esse tempinho frio, e pretendo repeti-la muitas vezes!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Chocolate quente asteca (sem leite)



Eu me refestelei, e o Ebraim, que não gosta nem de pensar em chocolate quente (justamente por causa do leite), adorou! Mais um acerto do Sr. Paul, ao lado das várias trufas da  cobertura de chocolate, que parecia de desenho animado.

Só que nós dois não resistimos e fizemos uma pequena "correção" no teor alcoólico, deixando a bebida com um ar mais adulto. Acho que é o tipo de receita que você pode usar como base para colocar o que mais gosta, seja uma colherzinha de conhaque ou café forte, ou quem sabe uns quadradinhos de chocolate no fundo da xícara, para misturar com uma colher enquanto bebe, ou ainda um pedaço em formato de uma barra comprida e fina, saindo para fora da xícara, como um submarino...

sábado, 5 de julho de 2014

Torradas de abóbora e parmesão [no pão de milho e centeio]

Primeiro a textura sedosa do purê de abóbora, então a crocância do pão, um salgadinho do queijo, a doçura do azeite e uma delicada lembrança de que o alho esteve por ali. Não se deixe enganar pela aparente simplicidade dessa torradinha; ela é absolutamente surpreendente!


Pode ser o almoço de um dia quente, junto com uma salada de radicchio, ou aperitivo para um encontro com os amigos. Neste caso, para que os pães não fiquem úmidos, leve à mesa o purê, em um potinho, acompanhado das fatias de pão levemente torradas e "rabiscadas" com alho, e um bom naco de queijo - para que cada um tenha o prazer de passá-lo contra o ralador! Para finalizar, um bom azeite frutado, o moedor de pimenta do reino e o de sal.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Pão de milho e farinha de centeio [casquinha crocante - miolo macio e úmido]


Se você estiver querendo "botar a mão na massa", batê-la contra a pia, fazer barulho e sovar aquela massa grande e pesada até seus braços ficarem dormentes, você veio ao lugar certo!

Como suspeito que poucos loucos estarão dispostos a essa empreitada, sugiro que use a sanidade e a batedeira, ou ao menos divida a massa ao meio para sová-la, mas não deixe de preparar esse pão de casca grossa e crocante, miolo úmido e macio, com um delicado perfume de milho.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Sopa de tomate [para tomar fria ou quente]


Não me lembro exatamente quando isso começou, mas tomando pelas prateleiras dos supermercados, todos nós aderimos à praticidade das latas de tomate pelado. Além daquele molho rápido, dá para fazer essa sopa, que é gostosa bem quente ou à temperatura ambiente, ótima com um simples queijo quente no pão sírio, ou um sanduíche de mussarela de búfala e folhas de manjericão, feito em um pão de azeitonas pretas, com um bello fio de azeite...

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Conserva de legumes grelhados [um ótimo molho para massas recheadas]

 
Com lindas fotos e histórias de viajar no tempo, contadas por uma nonna, esse é o tipo do livro que me faz ficar com vontade de cozinhar. No capítulo In dispensa ela fala sobre o porquê de se fazer conservas, e da alegria que sentia, quando pequena, ao abrir a despensa, durante o inverno, e vê-la recheada de tesouros. Conta como as donas de casa tinham trabalho durante o verão para conservar os sabores da horta; que ervas, tomates e cogumelos podiam ser secos ao sol, sobre uma grade, assim como figos e pêssegos. Outras frutas eram colocadas em potes e cobertas com grappa, álcool, licor caseiro ou mesmo um simples vinagre de vinho; mas a grande parte delas virava geleias e doces, também para conserva. As verduras excedentes, por sua vez,  eram conservadas na salmoura; as conservas em azeite, como esta que eu fiz hoje, eram para os poucos que podiam se dar ao luxo. De uma forma ou de outra, o importante era ferver as verduras com água e vinagre, ou vinho e vinagre, para que se conservassem por mais tempo.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Polenta de milho verde



Milho, aqui em casa, só serve para pipoca. O Ebraim não suporta nada que venha do milho verde, à exceção da própria espiga cozida em água salgada, de um pão de milho com farinha de centeio, e desses bolinhos cobertos com flocos de milho. Nada de curau, pamonha, suco de milho, sorvete de milho ou sopa de milho. Nem de polenta. E é ai que o livro do Ottolengui entra; pensei ter encontrado nele a redenção da polenta, preparando-a com milho verde cozido.

Mas não, não foi dessa vez. E eu nem usei o termo "polenta"; para não influenciar negativamente, chamei-a apenas de "purê de milho"... Mas para quem gosta de milho, é um prato perfeito! Cai bem no dia a dia, com legumes refogados, ou ainda naquele jantar mais arrumadinho. O sabor é bem mais suave do que o da polenta instantânea, e o queijo de cabra dá um toque refinado. Deve ficar um absurdo com gorgonzola e linguiça!

terça-feira, 24 de junho de 2014

Sopa de couve-flor, leve e cremosa, com pãezinhos de abóbora e berinjela na chapa


Leva pouquíssimos ingredientes, fica pronta em uma hora, é fácil de ser preparada, só suja uma panela, não precisar ter caldo pronto ou picar um monte de coisas, e ainda assim é especial. Quem comeu não se conformou que não tinha nada além de couve-flor, cebola e água, porque a textura é inacreditável! 

Para acompanhar, pãezinhos de abóbora e berinjelas na chapa.

domingo, 22 de junho de 2014

Pão integral de beterraba assada - para o Dia dos Namorados e para todos os dias!


O que mais gosto dessa história de dia dos namorados é ter uma boa desculpa para abrir um espumante durante a semana, junto com presunto cru, pão e um prato com frutas - figo, uva, caqui e melão são perfeitas! Mas como a produção de pães anda em alta aqui em casa, achei que um pão avermelhado seria um charme a mais na mesa, e foi!

Outra boa ideia, com um pão lindo desses, é um café da manhã especial, para o dos namorados ou para qualquer dia em que você tenha tempo para cortar quatro fatias de pão e de queijo. Enquanto eles aquecem, esprema cinco ou seis laranjas e sirva o suco naqueles copos lindos, guardados no fundo do armário, que você não usa nunca porque não vão à máquina...

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Trufas de chocolate, pimenta e especiarias, cobertas com paçoca (sem lactose) [trufas astecas picantes]


Desde que comecei a brincar com o livro de um tal de Paul Young fiquei viciada em preparar trufas, principalmente para levar à casa dos meus amigos. Esta aqui é intitulada de trufa asteca picante (porque assim como o chocolate quente asteca, não leva leite), mas acho que pode muito bem ser levada àquela festinha de temática junina,  com a desculpa de que leva especiarias e paçoca!

Além de ninguém resistir a algo feito com chocolate, elas ficam prontas em minutos e não tem de ser enroladas, necessariamente. Se estiver sem tempo, ou sem vontade, coloque a massa, ainda quente, em um prato bonito, para ser comida com colher. Ou então, distribua-a em potinhos individuais, se a reunião não for assim tão intimista...

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Bife de couve-flor - simples e perfeito


Fiquei apaixonada pela foto de uma grossa fatia de couve-flor, dourada e suculenta, como se fosse um bife. O sabor faz com que você se lembre de como o simples é bom; piquei um pouco de salsinha e pimenta, e coloquei uma colherada de dukkah no prato, mas acabamos comendo a bicha sem nada, de tão boa. Para variar, za'atar também seria uma boa companhia.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sopa de ares mexicanos, para ser devorada com pimenta, bastante coentro e pãezinhos de milho


A receita de sopa mexicana de frango pedia tomates assados e era servida com um macarrão fininho. Não iria me aventurar a assar tomates, mas me rendi à picância, às folhas de coentro, ao saboroso caldo com a suave refrescância o limão, e resolvi adaptar. Também achei que toda essa inspiração mexicana pedia algo mais do que macarrão cabelinho de anjo, pedia algo com milho! Tortillas fatiadas não seriam má ideia, mas a vontade infinita de limpar o prato com um naco de pão foi maior.

Com todos os ingredientes à mão, acordei cedo e comecei a fazer o pão. Entre as fermentações fiz o caldo, depois a sopa, e no começo da tarde nossa casa era um perfume só; vale a pena se programar para fazer tudo junto! Mas, se você não for tão insano a este ponto, ou não conseguir esperar até o fim de semana, pode adaptar... À noite, faça o caldo e desfie o frango; no dia seguinte, quando voltar para casa, compre um pão de milho na sua padaria predileta, e a sopa não lavará mais de uma hora para ficar pronta. Dê o seu jeito, mas prepare-a, porque foi irresistível até a última pratada!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Cookies de tahine com gotas de chocolate


Meia hora antes de sairmos de casa, para irmos jantar na minha mãe, me deu cinco minutos e preparei esses cookies. A massa é ridícula de fácil; basta colocar o forno para aquecer, misturar tudo, colocar bolinhas de massa na assadeira e ir pegar o vinho na adega - malbec, o predileto da mamma! Em vinte minutos estávamos no elevador; Ebraim com o cão e eu com uma grade cheia de biscoitos quentes e perfumados. Dó de quem entrou, sentiu aquele perfume de chocolate e gergelim recém torrado, e teve de ficar com cara de paisagem...

terça-feira, 10 de junho de 2014

Sopa de abóbora (com uma textura incrível) e torradinhas de alho feitas na chapa de ferro


Na maioria das vezes que faço sopa de abóbora, ela começa no forno. Quando quero apenas o purê, corto-a ao meio e levo-a ao forno até que fique macia, então retiro sua polpa com uma colher. Esse purê pode ser adicionado a outras coisinhas previamente refogadas, e tudo vai para o liquidificador com um caldo. Mandioca cozida é uma maravilha, sempre deixa a sopa com um corpo perfeito! 

Mas a minha tentação é assar cubinhos de abóboras variadas com tomate, pimentão vermelho, cebola branca e roxa, salsão e cenoura, tudo numa grande assadeira, temperado com ervas frescas, sal e azeite, levado ao forno até que fique com um aspecto suculento; corpos dourados com as pontinhas pretas. Então basta bater no liquidificador com um bom caldo caseiro, passar para uma panela e levar ao fogo até alcançar a textura e o sabor desejados. Estes mesmos ingredientes dão um ótimo molho para massas, seja com mais tomate, mais pimentão, ou mais abóbora; basta deixar a sopa na panela até que engrosse bem, no fogo mínimo, mexendo sempre. Se for fazer esse molho assado, acrescente uma pitada de açúcar demerara e um fio de balsâmico ao tempero!

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Vinagrete de miolos de tomate, para nunca mais jogá-los fora, e bolinhos de batata


Minha mãe me deu um processador pequenininho, no fim do ano passado, e ele não saiu mais de cima da bancada. Tenho testado "pesto" com diversas folhas e castanhas, feito purezinhos do legume assado que sobrou do jantar, ou mesmo uma porçãozinha de homus de última hora, só porque tenho um pouco de grão de bico à mão. Realmente, esse aparelhinho é convidativo a pequenas preparações, e desde que o ganhei, todos os miolos de tomate tem virado molhinhos para a salada, como este da foto. 

Sim, miolinhos de tomate, aqueles que vão direto para o lixo quando queremos a carne, mas não a umidade e as suas sementes. Odeio jogar comida fora, mas só tive ideia de guardá-los quando comecei a comprar orgânicos, anos atrás, e o preço era absurdamente alto. Hoje, na loucura inflacionária que vivemos, orgânico ou não, ele está caro, então acho que essa dica vem a calhar! Coloco-os em um pote de vidro e amasso-os ligeiramente, com um socador, para otimizar o espaço. Guardo esse pote no freezer e vou preenchendo-o conforme os miolos aparecem.

domingo, 8 de junho de 2014

Sorbet de chocolate amargo e whiskey (sem lactose)


Mais uma receita desse livro sobre chocolate, que virou chamego na hora e ainda não deixou de ser. O sorbet, por regra, não leva leite, então seu resultado é leve, perfeito para quando você quer uma sobremesa com cara de sobremesa, mas nada gorduroso ou pesado. 

O resultado vai depender do tipo de chocolate que você usar; o meu ficou adulto, quase austero, com o sabor exato do chocolate e o toque da minha bebida predileta para usar em sobremesas, o bourbon, ou como costumo chamá-lo, whiskey de banana, porque é a primeira associação que faço ao sentir o seu aroma - que o Ebraim não leia isso!


sábado, 7 de junho de 2014

Pão australiano (aussie bread) - o melhor que já preparei!



De todos os pães australianos (aussie bread) que já preparei, este foi o melhor. A cor, o sabor, a textura e um o adocicado aromático que logo te faz pensar em uma fatia de mortadela, ou em um misto quente com gruyère...

As três etapas de fermentação podem afugentar alguns interessados, mas seu preparo não requer maiores habilidades do padeiro, e até a sova é fácil! Exige, sim, um pouco de disciplina para se programar; mas basta gastar dez minutinhos na noite anterior para começar a prepará-lo no dia seguinte. 

E vale a pena, porque é lindo, delicioso e só de ouvir o nome todos querem prová-lo!

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Lamen Kazu para aquecer até a alma: movimentado, generoso e fumegante, com uma pimenta caseira que vale a pena!

pimenta da casa* e Kara Misso, à base de misso apimentado
meu predileto, Lamen Shoyu

Casa pequena, aconchegante,  arrumadinha, com poucos lugares e super movimentada; não para de entrar e sair gente, e todos (sim, todos!) os funcionários cumprimentam quem entra e se despedem de quem sai. O atendimento, definitivamente, é um diferencial, principalmente quando comparado a outros ótimos restaurantes do bairro.

Depois da tentativa frustrada de ir a um japonês na Rua da Glória,  o Sushi Issao (em um prédio, n.º111), senti que acabariamos voltando para casa; chovia, fazia frio, já passava das dez e todas as mesas do Lamen Kazu estavam ocupadas... Mas um casal se levantou do balcão, deixando vagas as melhores cadeiras da casa, de onde se pode acompanhar todo movimento na cozinha, e bem ao lado do Godzilla!

terça-feira, 3 de junho de 2014

Almôndegas de berinjela


Todo tipo de almôndega, bolinho ou hambúrguer chama a minha atenção. Você junta um ingrediente com ovo, ervas frescas, temperos, talvez um queijo ralado (ou um quadradinho como recheio), um pouco de farinha para dar o ponto e pronto! São visualmente irresistíveis e podem ser comidas com salada, grãos, batatas assadas, macarrão, sopa ou serem servidas como aperitivo, acompanhadas de ketchup e mostarda, ou quem sabe um pesto, uma maionese caseira com alho, ou um molho com toque de limão.

Sem contar que esses bolinhos são uma mão na roda; ter um prato de espaguete com almôndegas em menos de quinze minutos é um luxo! Basta colocar a água para ferver e o molho para aquecer; depois coloque a massa na água salgada e as almôndegas direto do freezer para a panela do molho. Quem estiver com vocês vai jurar que alguém operou milagres, porque enquanto a massa cozinha e  as almôndegas aquecem, você pode colocar a mesa, cortar um naco de queijo, caçar alguma erva fresca e abrir o vinho. Se suas bolinhas não forem muito firmes, como às vezes são as de cogumelo (ou quando a farinha de rosca acaba no meio da receita), o pior que pode acontecer é acabar com um molho à bolonhesa. Que problema...

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Pão integral de sopa de cebola (e sopa de cebola!)

 

O frio ameaça chegar e eu já começo a fazer sopa atrás de sopa. Aproveitei um maço de sálvia e preparei duas que adoramos: uma de abóbora, outra de cebola. Cebola, pura cebola; uma sopa consistente, mas leve, perfeita para comer com a família enquanto jogam conversa fora. Para acompanhar, nada mais do que um bom vinho, um naco de queijo curado e um pão de fermentação natural, de casca grossa,  comprado naquela padaria italiana ao lado da academia...

Congelei um pouco da sopa para fazer esse pão, imaginando os pedacinhos de cebola caramelizando ao forno e o aroma se espalhando pela casa, e o resultado foi incrível! O engraçado é que, ao contrário do que imaginei, este pão mostra todo o seu potencial quando está ao natural, ou levemente aquecido; não que a torrada feita com suas fatias e um fio de azeite não tenha ficado uma delícia, mas o gosto da cebola não fica tão presente.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Dukkah: delicioso, versátil, viciante!


Depois de ouvir a Nina Horta falar sobre o dukkah, fiquei fissurada. Trata-se de um condimento de origem egípcia, a base de castanhas, sementes e temperos moídos. Chuchar o pão no azeite e salpicar essa farofinha sobre ele parece ser a primeira opção de todos, mas o dukkah também fica ótimo sobre abóboras assadas, ovos cozidos, sopas, panquequinhas de legumes e legumes crus ou cozidos. Ainda quero me aventurar na massa de um perfumado pão, em um frango empanado, e até numa salada de melancia.

Achei interessante as combinações testadas nesse site, principalmente a de castanha de castanha caju, sementes de erva doce, gergelim e pimenta. A ideia de fazer alguns tipos e servir para os amigos com pães variados e azeite, ao estilo de um fondue, deixou meus olhinhos brilhando...

Um dukkah muito especial é o de coco e castanha do Pará; ele é perfeito para empanar postas de cação - ou outro filé de peixe! Deixei o peixe marinando no limão com sal, e na hora de preparar sequei as postas no papel toalha, passei cada uma em uma mistura de ovo (temperado com sal, azeite e alho espremido), retirei o excesso e pressionei cada uma sobre o dukkah. Coloquei as postas, lado a lado, em uma assadeira com antiaderente, untada com um fio de azeite; cobri com papel alumínio, levei ao forno alto por meia hora, e retirei o alumínio para dourar, por mais meia hora. Também já salpiquei essa maravilha sobre floretes de couve flor assados, um belo ovo pochê, uma salada com grão de bico crocante... Vou marcando tudo na #dukkahdecoco !

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