Meu primeiro contato com essa belezinha - inesquecível e traumático, diga-se de passagem - foi há algum tempo atrás, enquanto selecionávamos frutas para caipirinhas exóticas. Ao avistá-lo entre maracujás e kiwis, agarrei-o como um todo, com a mão aberta e sedenta, e porque não o faria se é o que faço com as demais frutas e não havia nenhuma advertência ao seu redor, tampouco na etiqueta??? Só digo que a minha sorte foi ter colocado a mão e não encostado o rosto para cheirá-los... Por favor, NUNCA faça isso; a sua casca é repleta de pequenos espinhos, quase invisíveis, que proporcionam uma deliciosa sensação de caquinhos de vidro sob a pele...
O fato é que deparei-me novamente com os benditos na feira de orgânicos da Água Branca, e decidi que nós definitivamente precisávamos de uma segunda chance, mas é claro que as coisas não foram assim tão fáceis... O fato de ter aberto o primeiro assim que cheguei em casa me desanimou terrivelmente; entretanto, duas semanas depois, pude observar uma incrível transformação; sua casca verde agora estava amarela, e sua polpa dura e cheia de sementes, suculenta e levemente adocicada, lembrando um mamão suave. Pesquisei algumas receitas e descobri que a polpa desse fruto, principalmente na sua versão sem sementes, pode ser usada para fazer suco, vitamina, licor, geleia, sorvete, bolo, cobertura de torta, xarope para tosse, lassi (indiano) e até servida acompanada de couscous, em uma versão salgada. Por fim, seu aspecto intrigante aliado à recente descoberta de que esse fruto é usado para tratar infecções nas vias respiratórias, me pareceu mais do que um simples sinal para usá-los naquele momento.
Ressalto, caros leitores, que dessa vez tomei as devidas precauções; usando um garfo, segurei o figo com a mão esquerda, e com a direita cortei-o ao meio, para que pudesse retirar a polpa com uma colher de sobremesa. Para fazer o suco, apenas bati a polpa de 8 frutos com 300ml de água gelada, peneirei-o para retirar as sementes, e servi em copos com um fundinho de açúcar baunilhado* e gelo. O suco ficou muito refrescante, com uma cor irresistível e um sabor com toques de laranja e cenoura. Para quem estava olhando torto para a fruteira, confesso que estou com vontade de comprar mais alguns e testar uns blends...
* açúcar baunilado é o açúcar cristal orgânico, natural e caseiramente aromatizado com uma fava de baunilha usada em alguma receita, depois lavada em água corrente e seca ao natural, sobre um papel toalha. As favas ficarão dentro do vidro; você apenas precisará repor o açúcar conforme este for usado, e adicionar novas favas, após usá-las em alguma receita.
E será que dá um bom sorvete?
ResponderExcluirBom dia Sabrina,gostei muito do seu blog,tem alguma idea para fazer um suco de Nopal(folha verde do figo da india).muito obrigado pela sua resposta.cumprimentos.RA - robertarnon@hotmail.fr
ResponderExcluirRoberto,
ResponderExcluirboa tarde. Já vi na internet sucos de caixinha, refogados, conservas -já comprei uma, inclusive - e tantas outras coisas feitas com o corpo do cacto; li também sobre a infusão feita com as suas flores, mas não conheço nenhuma receita. Faça essa pergunta à Neide Rigo; se ela não souber, te dará alguma dica de como descobrir. Se descobrir e testar, por favor, me conte o resultado; fiquei realmente curiosa porque a fruta gera um suco maravilhoso! Abraço
PS: fica também a dica do Edu; farei o sorvete assim que encontrá-los novamente!
Poxa, que legal. Fiquei muito feliz que ao pesquisar sobre uma fruta que eu adoro, descobri q pode sim, fazer um suco como este. Tentei fazer eu mesmo, foi uma experiência muito boa e descobri na net como retirar os pequnos espinhos. Daí foi meleza. Fiz muito suco e sorvete, pense que delícia!!!! O sertão elem de chamoso tem muito sabor, e esse bem doce!!! hehe Procure sobe Pinhas da bahia!
ResponderExcluirParabéns pelo blog, Sabrina. É uma delícia, além de instrutivo!
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