O prazer em não fazer nada...
A passagem de Vinicius de Moraes pela Bahia nós podemos resumir como a sua passagem em Itapoã, porque aonde realmente ele sentiu uma Bahia, mas uma mais morna, mais cheia de encanto, uma Bahia cercada de uma paisagem muito bonita.
E esta sua passagem por Itapoã marcou porque nós nos reuníamos aqui, eu no meu ateliê, que era perto da casa dele, então, a todas as manhas nós conversamos até o fim do dia. Mas conversávamos sobre o quê? Sobre a coisa que a vida tem de boa, as coisas amenas; então, não queríamos mudar nada, queríamos aceitar a vida como ela era, gostosa, morna, engraçada. Então, a nossa conversa era sobre como a gente podia ver um dia em Itapoã. Era do nascer do sol ao morrer do sol, às vezes sem fazer absolutamente nada; que chega um tempo que você descobre que o bom é não fazer nada, é ver o dia passar. No dia que você consegue como nós conseguimos, eu e Vinicius, conversando sobre amenidades, ver o dia passar, da manhã atéééééééééé o sol se pôr, é quando você realmente está tranquilo, aonde você não é neurótico, onde as coisas estão muito mais presas no seu íntimo. Então, era isso a nossa vida aqui em Itapoã com Vinicius de Moraes.
transcrição do Depoimento de Calazans Netto sobre Vinicius de Moraes
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