Se você se identificou com o título deste post, não se sinta mal, pois eu também já fiz parte do time dos que torcem o nariz ao ouvir falar sobre “chá verde”. Apesar de conviver com um consumidor frequente de chá, só comecei a apreciá-lo depois que parei de ser teimosa, estudei um pouco sobre o tema e comecei a prepará-lo com o cuidado que requer e merece, sob os olhos atentos do marido metódico, e agora não passo um dia sem, principalmente no inverno!
Antes de mais nada, e como muito tem se falado sobre o tema nas mais diversas mídias, convém relembrar a diferença entre chá e infusão; chás só podem ser assim denominados se preparados a partir das folhas da Camellia Sinensis, planta que dá origem a vários chás, que variam conforme o cultivo, a coleta, o preparo e o acondicionamento das folhas, mas que podem ser esquematizados em quatro categorias: “ chá branco (não fermentado, produzido das mais tenras folhas, mais raro e caro), chá verde (levemente fermentado), chá oolong (com fermentação mediana, basicamente ficando entre o chá verde e o preto, mas com características degustativas geralmente mais a cerca do chá verde), e chá preto (bem fermentado, e forte)”. Portanto, todas as demais bebidas advindas da imersão de outras folhas, flores ou frutas em água quente são denominadas de infusões, como as de camomila e erva cidreira.
Temperatura da água, quantidade e qualidade do chá, petrechos e cronômetro; muitos são os requisitos para o sucesso, mas se você se organizar previamente em pouco tempo estará preparando seus chás em um piscar de olhos. Prepare o mise en place com a chaleira em que ferverá a água, o bule em que fará a infusão, a peneira de inox (ou infusor), o chá e a água devidamente medidos, e um cronômetro, ou um relógio com ponteiro dos segundos.
Já usamos o infusor, mas hoje não abrimos mão da santa peneira funda; ambos podem ser usados, desde que de inox, mas a peneira é tão prática que depois da sua chegada o infusor foi relegado à preparação de infusões.
Gosto de mesclar o chá verde ao genmaicha, uma mistura de chá verde com grãos de arroz marrom torrado. Além das pequeninas pipocas oriundas da torra de alguns grãos, confere ao chá um sabor leve e adocicado, com um perfume singular, ideal para quem quer começar a prepará-lo, mas ainda está receoso em sentir um gosto terrivelmente amargo e ficar com dor no estômago, o que só ocorrerá se ele for mal feito; garanto!
Quanto à qualidade do chá, gosto de fazer uma mistura de 1 colher (sopa) de chá verde e 1 ½ colher (sopa) de genmaicha; ambos japoneses, comprados em uma das lojas da Rua Galvão Bueno, no bairro da Liberdade. Sim, tem de ser japonês, e ainda assim, dentre os conterrâneos, há alguma variedade; os mais caros são os mais nobres, mas você não precisa comprá-los de cara, o mediano, ou mesmo o mais barato estão de bom tamanho. Depois que estiver preparando chás deliciosos irá querer comprar um mais caro para saber qual a diferença, e ai sim estará pronto para apreciá-lo, pois, de fato, são superiores, e incomparáveis aos nacionais.
Os dados variam imensamente, mas pode-se utilizar a temperatura de 80º para fazer a infusão; pela mais sincera falta de coragem de usar o termômetro a cada preparação, coloco 500ml de água mineral para ferver, e na iminência do ápice da fervura; ou seja, antes que se possa ver a profusão de bolhas se propagarem aos montes, retiro a tampa e adiciono 125ml de água mineral à temperatura ambiente; desligo o fogo, devolvo a tampa ao seu lugar e aguardo 20 segundos. Após, transfiro o líquido da chaleira ao bule em que será servido, no qual já está posicionada a peneira funda, que permite que o chá fique em infusão e seja retirado de lá em um segundo. Peneira com chá dentro do bule, água na temperatura correta, bule tampado e mais 30 segundos; retira-se a peneira, tampa-se o bule e serve-se o chá. Se quiser mantê-lo aquecido por bastante tempo, embale-o em uma toalha e mantenha-o sobre uma tábua de madeira, que isolam a chaleira e ajudam a manter o chá na temperatura correta.
Como existem muitas variáveis, desde o chá até o gosto do freguês, acho que cada um tem de tentar chegar no seu blend perfeito, variando o tipo e a quantidade do chá, assim como o seu tempo de preparo. Carla Sauereseg, proprietária da Loja do Chá, traça alguns parâmetros, recomendando que se faça uma média entre as quantidades e os tempos recomendados na embalagem do produto; para o verde e o branco, a proporção é entre 10 g e 13 g de chá por litro de água, e a infusão pode durar de um a três minutos; o preto e o oolong ficam de dois a cinco minutos em infusão e são usados na proporção de 10 g a 14 g por litro.
OBS: o bolo da foto é este, de coco e nozes.
Sá, pra ser bem sincera, não sou muito de chá, são poucos os dos que gosto. Mas esse bolinho aí eu aceito!
ResponderExcluirxx
Ah, malandra, troco por um bolinho cítrico de aniversário...
ResponderExcluirMuito bom o post. Foi de ótima informação. Grato
ResponderExcluirEspero que dê certo, Henoc! Enquanto escrevo, tomo uma xícara de chá verde com folhas de limão rosa...
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