...as geleias de pêssego e ameixa ficaram absurdamente perfumadas e saborosas!
Graças ao tio Ciro, que comprou metade das frutas do Mercadão para o nosso almoço de Natal, me vi obrigada a fazer algo com caixas inteiras de pêssegos, ameixas e cerejas que sobreviveram à data. OK, confesso que já tinha escorregado parte delas para um cantinho, mas como o pessoal não deu conta nem do que estava na mesa, e o nosso ordenamento jurídico não pune ninguém apenas pela intenção, sou absolutamente inocente!
Além de me deliciar com as frutas nas manhãs e tardes seguintes, achei que seria uma boa tentar preparar algumas geleias, que certamente agradariam o vovô. Resolvi fazer tudo da forma mais simples possível, sem acréscimos de especiarias ou invencionices. Cortei as frutas e passei-as em uma peneira; medi essa polpa em xícaras e coloquei-a na panela com o mesmo volume de açúcar, em fogo brando, mexendo sempre até adquirir uma textura que julgava ser quase a perfeita, tendo em mente que ela ainda endureceria um pouco depois de esfriar. Uma panela de fundo grosso é necessária, e por sorte aqui havia um tacho enorme! Para armazená-las, apenas levei e esterilizei em água fervente os potes de vidro e suas respectivas tampas; deixei-os secarem e coloquei a geleia dentro deles enquanto ainda estavam quentes e fechei-o com a tampa, mas não até o final. Depois que pude sentir, tocando no vidro, que ela já estava fria, terminei de fechar os potes e deixei-os no armário, na esperança de que aguentaríamos esperar, ao menos, uma semana para abri-los. Puff...
A geleia de cereja foi a que deu mais trabalho, provavelmente por elas não estarem tão maduras como os pêssegos e as ameixas, que dispensavam o uso da faca e soltavam a casca na mão. Outro ponto foi a falta do equipamento; provavelmente teria sido mais fácil obter o purê da fruta com o passador de verduras, mas a peneira grande cumpriu a sua função.
Quanto ao sabor, como era de se esperar pelo ponto extremo de maturação, as geleias de pêssego e ameixa ficaram absurdamente perfumadas e saborosas logo no primeiro dia; a de cereja demorou uns cinco para se mostrar, mas ainda assim ficou sem brilho se comparada com as demais.
A textura das três, assim como a doçura, não poderiam ter ficado melhor; para vocês terem uma ideia, essas da foto estavam no sol hà algum tempo esperando a fotógrafa colocar, tirar e colocar a mesa, apenas porque esqueceu-se dos macacos famélicos que não se importam em tomar café com os humanos. Após um vai e volta e algumas bananas cortadas, consegui tirar a foto ainda com os bandidos ao fundo!
Os biscoitinhos são deliciosos e suaves, perfeitos para serem comidos no café-da-manhã, como indica a receita, ou para acompanhar a degustação do trio de geleias. A receita veio de um livro incrível que ganhei do tio Mauro; esperem por muitas compotas com ares italianos nos próximos posts...
Biscotti della prima colazione
do lindíssimo Il Grande Libro delle Ricette della Nonna
tempo de preparo: 1 hora
- 250g de farinha de trigo + um punhado para trabalhar a massa;
- 50g de manteiga sem sal à temperatura ambiente;
- 50g de açúcar de confeiteiro;
- ½ colher (chá) de fermento químico;
- 100ml de leite integral;
- 3 gotas de essência de baunilha e
- uma pitada de sal.
1. Aqueça o forno a 180º e forre uma assadeira com papel manteiga – como não o possuía, apenas untei a assadeira com manteiga e eles se soltaram sem problema.
2. Coloque a farinha em uma tigela grande e forme um vulcão, com um buraco ao meio; neste, coloque o açúcar, o sal, a essência e o fermento. Acrescente a manteiga e comece a mexer a massa; aos poucos, enquanto mexe, adicione o leite.
3. Espalhe um pouco de farinha sobre a superfície em que trabalhará com a massa e abra-a com a ajuda de um rolo de macarrão, até que adquira a espessura de meio centímetro. Corte os biscoitos em retângulos de 5x3cm, ou em outro formato que desejar; se quiser decorar a superfície, passe o garfo sobre cada biscoito, formando listras, por exemplo.
4. Asse-os por cerca de vinte minutos, tomando cuidado para que não fiquem muito dourados, duros e secos. Espalhe-os sobre uma grade, para resfriarem, e armazene-os em um recipiente hermético; em uma lata bonita fica esplêndido!