quarta-feira, 8 de junho de 2011

Bolo de Avelãs com perfume de laranja para o almoço do dia das mães, e para todos aqueles que são jovens, ainda...

[...] quantos anos o senhor tem? Todos!

Como dizia no último post, o preparo do sorvete de gianduia rendeu um punhado de avelãs moídas e algumas claras; era semana do dia das mães e não tive dúvidas de que as usaria, mas como? Lembrei-me de um bolo de amêndoas, da Marcella Hazan, que levava apenas claras; duas claras a mais do que a quantidade excedente, é verdade, o que me obrigou a almoçar duas renegadas gemas, sobre uma fatia de pão integral, não duras, nem cruas, mas perfeitamente trépidas, para que apenas um toque do pão as rompesse... É duro, eu sei, mas o que eu não faço pela minha mãe e pela minha sogra; e por falar em sogra, aproveito para cumprimentá-la por tantas conquistas e boa vontade, e também para lembrá-la de que, como já dizia o grande poeta, só é velho quem perde a pureza ou deixa de aprender...*


Foi um dos bolos mais fáceis de preparar, se não o mais; assou lindamente e desgrudou-se das laterais da forma de uma forma incrível. Ficaria perfeito sobre um lindo prato de bolos, no centro da mesa, acompanhado de chás e boas amigas, mas não foi o que aconteceu; resolvi servi-lo como sobremesa, acompanhado do sorvete de gianduia, e tenho de ser sincera ao confessar que não foi a ideia mais acertada, provavelmente graças a sua textura, que brigava com a do sorvete. Isso não significa que o trabalho foi em vão; todos comeram, adoraram e se divertiram, e o bolo, enorme como era, sobrou e foi sendo dilapidado aos poucos, no decorrer da semana. O tempo - e uma temporada na geladeira - fez com que ele perdesse um pouco de umidade e evoluísse incrivelmente. A vida é muito engraçada; depois de tantos dias acompanhando minhas xícaras de café, o abrir e fechar da porta da geladeira, procurando algo que não mais lá estava, comprovou o quanto seu fim foi lamentado... Da próxima vez farei o bolo quatro dias antes de servi-lo, e terei, então, minha mesa de conto de fadas!


Bolo de Avelãs com perfume de Laranja
adaptado do bolo vêneto de amêndoas, publicado no delicioso Fundamentos da Cozinha Italiana Clássica, de Marcella Razan


- 300g (aproximadamente 2 xícaras) de avelãs - a receita original pedia amêndoas com pele; expliquei aqui como torrar e tirar a pele das avelãs;
- 1 1/3 xícara de açúcar demerara orgânico;
- 8 claras, de ovos orgânicos;
- 1/2 colher (chá) de sal;
- raspas da casca de 1 laranja orgânica - a receita original pedia limão;
- 6 colheres (sopa) de farinha de trigo orgânica e
- manteiga para untar a forma.

1. Pre-aqueça o forno a 180ºC e unte uma forma redonda, de aro removível, com aproximadamente 20 cm de diâmetro.
2. Usando a função "pulsar", processe as avelãs e o açúcar até obter um resultado uniforme; pulei essa etapa porque as minhas já estavam moídas.
3. Bata as claras e o sal até obter o ponto de neve firme, mas não muito dura.
4. Adicione às claras as avelãs moídas e as raspas de laranja, um pouco de cada vez, fazendo esse processo em várias etapas, para não comprometer o volume das claras batidas.
5. Com o auxílio de uma peneira, adicione a farinha, aos poucos, mexendo delicadamente.
6. Coloque a massa do bolo na forma e nivele-a bem. Asse o bolo na grade do meio, por aproximadamente uma hora; para saber o ponto exato, faça o teste do palito - espete-o no centro do bolo; se o palito sair limpo é porque o bolo está assado. O meu assou em 50 minutos.
7. Desenforme o bolo quando ainda morno, mas sirva-o à temperatura ambiente. Marcella ressalta que, se bem acondicionado, o bolo fica ótimo por muito tempo, o que pudemos comprovar in loco


* não sou a única a me lembrar dos churros, do sanduíche de presunto, do refresco de laranja, que parece de limão, mas tem gosto de tamarindo...

Um comentário:

  1. EUUU COMIIII!!!
    O Sorvete é campeão!!! Acho que um dos melhores que já comi em toda vida!!!
    Beijos

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Comentários

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