Além das pitangas, como comentei no último post, colhi no sítio, pela primeira vez, um fruto amarelo muito perfumado, suculento e ácido, o araçá a uvaia - se não fosse a Neide Rigo...
Da mesma família do araçá, da pitanga e da goiaba, a uvaia é extremamente delicada e perecível, mas felizmente congela super bem - essa, inclusive, é uma técnica passada pela Neide para retirar as sementes e bichinhos com maior facilidade, ou então aferventar os frutos para que estes endureçam!
A primeira coisa que preparo é sempre geleia, que meu avô ama, mas o simples suco é maravilhoso, e a gelatina feita com ele fica muito especial! Ainda não tomei coragem de fazer licor, mas morro de vontade; deve ficar surreal...
A primeira coisa que preparo é sempre geleia, que meu avô ama, mas o simples suco é maravilhoso, e a gelatina feita com ele fica muito especial! Ainda não tomei coragem de fazer licor, mas morro de vontade; deve ficar surreal...
Coloquei os araçás em uma bacia com água e fui descaroçando-os, um a um, aproveitando para retirar qualquer bichinho que estivesse no fruto. Preparei a geleia da mesma forma que a de pitanga; pesei a polpa, passeia-a pelo mix para homogenizá-la, adicionei a mesma quantidade de açúcar e levei-a ao fogo até que chegasse ao ponto desejado. A ressalva feita lá também vale para cá; usei frutos em diferentes estágios de maturação; se só estiver usando araçás maduros, provavelmente precisará de menos açúcar!
A geleia fica muito perfumada, cítrica na medida e com a textura perfeita. Na próxima florada quero fazer testes com especiarias; uma com fava de baunilha, outra com um pedaço de casca de limão cravo...
*Antes de descobrir que que minha uvaia não era um araçá, me deparei um conto de Alberto Vasconcelos intitulado "Doce de araçá"; vejam que delícia a forma como descreve a preparação do doce, que leva um toque de cravo:
[...] Vicência voltou para a cozinha e cumprindo sua sina de escrava,
obediente como cão, colocou no tacho, uma cuia de açúcar e meia de água
misturada com as sementes. O fogo alto rapidamente ferveu a mistura
separando as sementes da parte macia que se desfez na calda que foi
despejada na gamela e desta, através da peneira de volta para o tacho
agora com as bandinhas do araçá, outra cuia de açúcar e um punhado
pequeno de cravos da índia. A colher de pau de cabo longo não parou de
mexer até que o doce apresentasse o brilho dourado e a calda ponto de
fio. O tacho foi colocado na tina com água para o choque térmico
finalizar o cozimento. Do tacho para a compoteira de cristal.
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