quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Fettuccine Alfredo


Coincidências à parte, mas após indicar esse restaurante a uma amiga e ler uma crônica do Vinicius de Moraes que citava o dito cujo (abaixo), não resisti em postar as fotos do  maravilhoso almoço no Il Vero Fettuccinne Alfredo, em Roma. O lugar é incrível e a massa une manteiga e queijo em proporções divinas; apenas sente-se e deleite-se observando o  Marco finalizar o prato na sua frente, com a habilidade de quem faz isso há anos, e o sorrizo de quem renova seus votos todos os dias. Ah, não vá embora sem provar o profiterole alla panna... Mamma mia!!!

 
 
 
 

Il Vero Fettuccine Alfredo
Piazza Augusto Imperatore, 30 - Roma


O delírio do óbvio

Conheci-a num coquetel no seu apartamento em Roma: uma mulherzinha intensa, minúscula, arredondada. Pensei imediatamente em dar-lhe um lugar de destaque na coleção de gnomos humanos de jardim, que venho selecionando há um ano e já vai bem adiantada. Devia andar pelos 45, mas 45 bem cuidados, a julgar pelo fundo da pele, pelo dorso das mãos e pelo colo almofadado, dando apenas a entender. Um colo arfante, naturalmente.
Olhou-me com olhos úmidos e sua boca rasgada abriu um sorriso à anúncio. O tom com que me falou foi de um recolhimento quase religioso :
– Ah, é o poeta
Fiquei com vontade de engrossar de saída e responder: "Não, é o cobrador da Light…", mas me contive. Ela suspirou fundo – coisa que, aliás, deveria fazer num crescendo assustador – e sem mudar de tom, mas endurecendo ligeiramente as pupilas, voltou– se para minha mulher :
– Que coisa divina ser a companheira de um poeta, a sua musa inspiradora! E que responsabilidade... Porque os poetas, em geral, são pródigos de amor: não é, poeta?
Quis reagir, mas inutilmente. Sorrimos aquele sorriso, e enquanto minha mulher fingia procurar qualquer coisa na bolsa, eu balbuciei um "É…" que merecia ser gravado, pois jamais ouvi nada tão alvar. Ela acertou o vestido nas ancas, num gesto muito característico das mulheres que ainda não desistiram de todo, e aproximando o rosto do meu, segredou-me conivente:
– Aposto que já fez sofrer muitos corações femininos...
Assumi, sem saber bem o que dizer, um ar modesto de "mais ou menos", e já meio baratinado pela ação irradiante de tanto óbvio, respondi sem tirar nem pôr o que aqui vai:
-Qual nada ... A senhora está exagerando... São seus bons olhos... Eu até não sou disso ...
Ela fixou-me ardentemente, numa expressão só-eu-sou-capaz-de-compreender– a-alma-dos– poetas e logo, desviando o olhar do meu para ir perdê-lo na distância, arrematou:
– Dizer que os cientistas estudaram tanto para enviar ao espaço os cosmonautas... E estas mãos (ela tomou-me uma com infinita delicadeza) num simples dedilhar de algumas cordas, nos transportam logo ao céu!
Fiquei com vontade de protestar, de dizer-lhe que estava havendo um erro de pessoa, que ela queria provavelmente se referir a Baden ou Bonfá; mas ela num súbito arroubo que conseguiu elevar-lhe a estatura de dois centímetros, dirigiu-se a minha mulher não sem uma ameaça velada na voz:
– Você sabe a responsabilidade que tem, menina? ser a companheira de um poeta, de um compositor? Você sabe que ele não se pertence, é um patrimônio de todos nós? Você sabe o que é ser musa de um poeta?
Minha mulher, que é muito mais Manuel Bandeira, e tal já me fez ver, chegou a olhar-me com uma certa surpresa enquanto eu, no auge da covardia, procurava abrandar a sagrada cólera da Begum do Lugar-Comum, como a passamos a chamar depois:
– Ela é boazinha, ouviu...
E sem saber mais o que fazer, ofereci-lhe um cigarro, que ela declinou com seca compunção:
– O poeta vai me perdoar, mas uma mulher (e fuzilou a minha com os olhos) deve ter na boca um gosto de amor e não de fumo...
– Falou pouco, mas bem...
Era a rendição. Ela sorriu deliciada:
– Ah! poeta... As mulheres como eu só falam a linguagem do coração...
Na despedida tomou-me familiarmente o braço até a porta, sem dar a menor importância à "minha musa".
– Agora que já sabe o caminho, volte sempre. O ninho é pequeno mas o afeto é grande. Eu serei sempre... toda ouvidos...
A porta fechada, descendo as escadas para a rua, eu me surpreendi com horror dizendo à minha "companheira`.
– Que tal se fôssemos ao Alfredo, comer um fettuccini al triplo burro?

 

Espetinhos de vegetais em marinada de curry, para devorar depois de um ótimo filme!

 

Para quem ainda não foi, recomendo o filme Vincere, sobre parte da vida de Mussolini e seu provável relacionamente com Ida Dalser. Em relação aos últimos filmes, depois de "O Segredo dos Seus Olhos", esse foi o que mais gostamos de assistir; atores, enredo, fotografia e trilha maravilhosos!


A receita original desses espetinhos levava páprica doce e picante defumadas na marinada, as quais, na minha versão, foram substituídas por curry - uso este. Como acompanhamento, preparei um aïoli. É um prato simples, que deve ser preparado com antecedência e possui grande impacto visual; afinal de contas, quem não gosta de comer um espetinho?!?


Espetinhos de Vegetais em marinada de Curry
adaptado daqui
Rendimento: 4 espetinhos


Para a marinada:
- 1 dente de alho espremido;
- 2 colheres (chá) de curry;
- 2 pitadas de sal;
- 1 colher (sopa) de vinagre e
- azeite suficiente para fazer com que toda a marinada cubra os espetinhos

Para os espetinhos:
- 2 batatas pequenas – a receita indicava Yukon comopossível substituição;
- 3 cebolas pequenas;
- 1 abobrinha italiana média;
- 1 cenoura média;
- 1/3 pimentão amarelo;
-  pimentas - omiti, pois não tinha, mas a receita pedia pimenta verde pequena, não muito picante, como small shishito ou fushimi
- 12 cogumelos – usei paris frescos
- sal para temperar – omiti


1. Comece preparando a marinada; misture todos os ingredientes e mexa bem. Reserve.

2. Após, prepare os espetinhos. Cozinhe as batatas apenas até que ficarem macias, mas não moles, do contrário não ficarão no espeto. Esfrie-as na água fria; após, corte-as em fatias de aproximadamente 2 cm. Corte as cebolas ao meio e depois em 4. Corte a abobrinha e a cenoura em fatias de aproximadamente 2 cm, regulando com as batatas. Corte também o pimentão de forma compatível. 

3. Coloque tudo em um refratário grande e derrame 2/3 da marinada*, mexa bem, mas com cuidado para não quebrar as delicadas fatias. Cubra com filme plástico e deixe em temperatura ambiente de 30 minutos a uma hora, mesclando-os algumas vezes para garantir que todos entrem em contato com a marinada. Como não iria assar os espetinhos em seguida, decidi montá-los na hora; coloquei a marinada sobre eles, passei um papel filme e os levei à geladeira até a hora de assá-los. Acho que dessa forma é um pouco mais seguro; imagino espetar uma abobrinha depois que essa ficou meia hora marinando... :S
4. Se não o fez antes, como eu, monte os espetinhos como desejar e coloque o grill para aquecer na temperatura médio-forte. Grelhe até que tudo esteja com aquela carinha de churrasco e sirva com o resto da marinada*. 

* Como servi os espetos acompanhados de aïoli, usei toda a marinada de uma vez, regando-os enquanto grelhavam.


                                                                                                                                                  nham...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Melão verde com maple syrup



Enquanto comíamos esse maravilhoso melão verde orgânico, úmido e doce, o sr. Ebraim teve uma epifania pecaminosa; inspirou fortemente, correu até a geladeira, pegou o vidrinho de maple syrup e ficou me olhando com os olhos arregalados, aguardando um sinal de aprovação... E ficou muito bom!

Abacaxi grelhado e vinaigrette com grappa


Às vezes teimo com algumas comidas; fato. Já disse que adoro cebola, mas quando resolvo comê-la crua fico com a sua lembrança pelo resto do dia, e não me refiro ao seu cheio em minhas mãos, coisa que definitivamente não me incomoda! Essa vinaigrette foi inspirada na que fiz há algumas semanas, mas desta vez a foto veio completa! 

ademais, compartilho com vocês esse vídeo delicioso, parte de um dos shows mais bonitos de toda a minha vida, quiçá o mais!  A Orquestra Mediterrânea foi formada por 21 músicos de diversas nacionalidades, com instrumentos e músicas tradicionais. Para os que ficaram malucos ao assistir a esse vídeo, no site do SESC podem ser comprados o CD e o DVD do show; se tiver de escolher entre um e outro, fique com o DVD, é imperdível!


Vinaigrette com grappa 


Aproveitando meu novo brinquedinho, piquei ¼ de cebola com algumas folhas de salsinha, adicionei pimenta do reino moída na hora, azeite grego e um chorinho de grappa. Servi a vinaigrette sobre duas fatias de abacaxi passadas na frigideira quente, acompanhadas de rúcula e arroz de jasmim.

domingo, 26 de setembro de 2010

Saladinha a base de quinoa



A quinoa  é um grão - ou, como li em alguns lugares, um "semi-grão" - originário dos Andes, e pode ser encontrado nas variedades branca, preta e vermelha; na forma de grãos, farinha ou flocos. Nutricionalmente vantajosa e muito indicada para os vegetarianos, para mim é apenas mais um item que incluo na minha alimentação; um grão muito saboroso com um sabor fusionado de amendoim e gergelim, cozinha rapidamente e se conserva bem na geladeira,  é maravilhosamente versátil e seu restinho sempre pode virar a salada de amanhã, como foi o meu caso!

Essa salada é uma simples e deliciosa combinação de milho, quinoa vermelha, tomate e queijo branco em cubinhos, manjericão, azeite grego e pimenta do reino moída na hora. A inspiração veio daqui; além de quinoa, milho e tomate, esta salada leva repolho e pepino, acompanhada de um molho a base de mostarda dijon, maple, limão e sal. Fica a dica!


Modo de preparo da quinoa
daqui


Assim como para o arroz, usam-se duas medidas de água para cada uma de quinoa; ambos devem ser levados a fogo brando, por 10-15 minutos, até que ela dobre de volume. Na primeira vez que a preparei o fogo estava alto, a água evaporou rapidamente e ela deu uma grudadinha no fundo... Ficou tão gostosa, parecendo gergelim torrado, e desde então, quando a quero para o fim desta substituição, preparo-a dessa forma. Para a salada da foto fiz como manda o fabricante, pois queria o grão gordinho e macio!

Segundo o fabricante, conserva-se bem na geladeira por até três dias.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cookies integrais com castanhas e cobertura de chocolate


Fiquei bem intrigada com essa receita postada pela Patrícia, pois é 100% integral e leva chcolate, uma combinação que sempre resulta em algo interessante... Fiz uma pequena modificação, coloquei castanhas variadas no lugar do chocolate, que veio na cobertura! 
 

Cookies integrais com castanhas e cobertura de chocolate
fonte: daqui
rendimento: 28 cookies*

[xícara medidora de 240ml]

- 1 1/2 xícara (2 10g) de farinha de trigo integral orgânica - use farinha integral de qualidade; as demais tem um gosto horrível...;
- 3/4 colher (chá) de fermento em pó;
- 1/2 colher (chá) de bicarbonato de sódio;
- 1/3 colher (chá) de sal;
- 1/2 xícara (113g) de manteiga sem sal, gelada, em cubinhos de 1,25cm;
- 1/2 xícara de açúcar mascavo escuro (aperte-o na xícara na hora de medir);
- 1/2  xícara de açúcar granulado;
- 1 ovo orgânico;
- 1 colher (chá) de extrato de baunilha - usei rum;
- 112g de castanhas variadas, ligeiramente quebradas (ou 112g de chocolate amargo (70% de cacau ou mais), picado em pedacinhos de 6mm e 1,25cm) - usei amêndoas, nozes, avelãs torradas e passas;

- chocolate para a cobertura


1. "Pré-aqueça o forno a 180°C. Forre duas assadeiras grandes, de beiradas baixas, com papel manteiga.  Peneire os ingredientes secos numa tigela grande e despeje de volta na tigela os resquícios que ficarem na peneira.

2. Coloque a manteiga, o açúcar mascavo e o granulado na tigela grande da batedeira. Com o batedor em formato de pá, bata em velocidade baixa até combinar os ingredientes, cerca de 2 minutos. Com o auxílio de uma espátula de silicone, raspe as laterais da tigela. 

3. Junte os ovos, um a um, batendo (vel. baixa) até que cada um deles se incorpore aos demais ingredientes. Acrescente a baunilha. Desligue a batedeira e acrescente os ingredientes peneirados de uma só vez. Bata novamente em velocidade baixa só até os ingredientes começarem a serem incorporados, cerca de 30 segundos". 

4. Junte as castanhas (ou o chocolate) e "misture em velocidade baixa só até incorporar - para evitar misturar demais a massa, termine de incorporar os ingredientes com as mãos".

5. Coloque porções de 1  colher (sopa) de massa nas assadeiras preparadas deixando 5cm de distância entre uma e outra e asse os cookies por 12-16 minutos ou até que eles estejam bem dourados. Precisei de 25 minutos. Transfira-os ainda no papel para a bancada e deixe esfriar.

6. Para quem for cobri-los com chocolate, derreta-o e passe uma pequena camada sobre os cookies quando estes já estiverem frios.

A Patrícia ressalta que os cookies ficam mais gostosos no dia em que são preparados, mas podem ser guardados por até 3 dias num recipiente hermético; em casa eles duraram bem até o dia seguinte!


* RENDIMENTO: a Patrícia usou 1 colher (sopa) nivelada de massa por cookie e conseguiu 36 unidades; os meus de castanhas renderam 28 unidades, e a receita original, que era duplicada e rende 20 cookies grandalhões. Se quiser fazer dessa forma, "coloque porções de 3 colheres (sopa) de massa nas assadeiras preparadas deixando 7,5cm de distância entre uma e outra, e asse os cookies por 12-16 minutos ou até que eles estejam bem dourados.

Memória gustativa e as razões pelas quais comemos...

Fiquei muito tocada com um texto publicado em 5 de setembro,  no caderno Ilustrada da Folha de São Paulo, que traz uma entrevista com Roger Ebert, renomado crítico de cinema, ganhador de um prêmio Pulitzer e autor de um livro de receitas - pasmem -, mesmo sem poder se alimentar por via oral há mais de quatro anos, por decorrência de um câncer que lhe tomou o maxilar.

Por mais estranho que possa parecer, e a repórter relata como se sentiu ao sentar à mesa de um restaurante ao lado de uma pessoa que não pode comer, descreve como se retraiu ao ouvir a garçonete oferecer-lhe o cardápio e perguntar o que gostaria de beber, e suas tentativas de evitar olhar para o lugar onde deveria haver um maxilar... Ele também não pode falar, mas se comunica com gestos, olhares e rabiscos, e conta com a  ajuda de sua esposa;  quando a repórter percebe, já está totalmente relaxada e se vê perguntando ao escritor "até que ponto você sente falta de comer?".

Ele explica, em resposta à referida pergunta, que nas primeiras semanas após a cirurgia no maxilar não conseguia pensar em outra coisa senão root beer, bebida feita a base de raízes, e que depois veio a fixação por doces. Sonhava acordado que estava na sua lanchonete favorita, aquela de sua infância, que fica na mente e persiste durante toda a vida; ele podia sentir as sensações trazidas pela comida, bocada a bocada. Ressalta que isso não ocorre com todas as refeições que comeu na vida, e remete tal lucidez ao fato de que isso "não envolve gosto, mas a convicção profundamente arraigada de que um alimento é absolutamente bom e sempre será". Realmente, todos temos a nossa convicção gustativa, seja o arroz e feijão, o bolo de fubá ou a macarronada da nonna; tente fechar os olhos e abocanhar um desses... Posso sentir o frescor  e o aroma de coco ao abocanhar uma enorme colher do manjar da minha avó...

Sobre o livro de receitas, esclarece que possui uma "memória gastronômica voluptuosa", que se recorda do sabor e do cheiro de tudo, apesar de não mais poder senti-los.

Por fim, ressalta que comer é apenas um acessório e nos faz refletir ao dizer que mais do que a comida propriamente dita, sente falta das "piadas, fofocas, dos risos, das discussões e das memórias compartilhadas" à mesa. Segundo Dorothy O'Brien, editora do livro, este não trata apenas de simples receitas,"é mais sobre sua filosofia da comida, das razões pelas quais comemos".

Nunca é tarde para começarmos a dar valor às pequenas grandes coisas da vida...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pão de ervas com [duvidosas] raspas de limão


Esse pão é simples, delicioso e não precisa de pedra para ser assado; ou seja, pode ser feito por qualquer pessoa, inclusive por mim, já que, misteriosamente, minha pedrinha sofreu um acidente enquanto eu estava fora... Para não ficar apenas nos pães de forma, também tenho preparado os famosos pães sem sova, de longa fermentação e assados em uma panela de ferro que tenha tampa. Felizmente a minha ainda está intacta...

Como disse, esse pão é muito fácil e não requer técnica alguma; se você trabalha muito, mas está cansado de comer pães cheios de química, misture os ingredientes, guarde a massa na geladeira e asse-a apenas no dia seguinte, quando retornar para casa! Ah, e lembre-se, pães podem ser feitos no final de semana e congelados!



PÃO DE ERVAS COM [duvidosas] RASPAS DE LIMÃO

receita de Rafael Rosa, publicada na revista casa e comida n.º 6
rendimento: 1 pão médio; aprox. 10 porções
tempo de preparo: 30 min. (+ 13 horas de fermentação)

- 300g de farinha de trigo orgânica;
- 1 colher (café) de fermento biológico seco;
- 10g de sal*;
- 350ml de água;
- 2 colheres (sopa) de ervas picadas (manjericão, alecrim, tomilho e hortelã) - usei alecrim e tomilho-limão;
- raspas de 1 limão siciliano médio**.

1. Coloque todos os ingredientes em uma vasilha e misture-os com as mãos, amassando até que a massa fique uniforme; não acrescente mais farinha, a massa deve ficar úmida, quase molhada.

2. Guarde a massa em uma tigela coberta com filme plástico e deixe a massa descansar por 3 horas; após, coloque a na geladeira por mais 10 horas.

3. Após esse período, existem duas possibilidades para assar o pão:

3.1. ASSAR SOBRE UMA PEDRA ou ASSADEIRA - Tire a massa da geladeira, polvilhe-a com um pouquinho de farinha de trigo e modele o pão no formato desejado. Coloque o forno para aquecer na temperatura máxima, com a pedra ou uma assadeira colocada de bruços. Após 30 minutos, faça pequenos talhos diagonais com uma lâmina ou faca bem afiada, para que o pão cresça sem se rasgar, e coloque o pão dentro do forno, por cerca de 40 minutos.

3.2. ASSAR DENTRO DE UMA PANELA DE FERRO COM TAMPA - Tire a massa da geladeira, polvilhe-a com um pouquinho de farinha de trigo e modele o pão no formato desejado. Coloque o forno para aquecer na temperatura máxima, com a panela dentro. Após 30 minutos, retire - com cuidado! - a panela do fogo, coloque a massa dentro dela e faça pequenos talhos diagonais com uma lâmina ou faca bem afiada, para que o pão cresça sem se rasgar. Tampe e devolva a panela ao forno por mais 30 minutos; após, destampe-a e deixe o pão assando por mais 10 minutos, aproximadamente, ou até que esteja dourado na superfície e emitindo som de oco quando se bate no seu dorso com o nó dos dedos.

4. Para quem gosta da casca mais crocante, basta colocar uma travessa com água dentro do forno enquanto este estiver assando.


* para quem não tem balança, 10g de sal correspondem a  1 colher de sopa + 1/2 de chá; estas colheres são as de medida, lembre-se sempre de nivelar o ingrediente nelas!

* o Ebraim não gostou do gosto nem da sensação das raspinhas, achou que puxou para o doce, que não combinou com esse tipo de pão mais rústico. Ok, ele não é nada vanguardista para comida, mas dessa vez tenho de concordar, e olha que eu adoro limão... Ah, melhor assim, use as raspinhas nesse bolo da Patrícia!


terça-feira, 14 de setembro de 2010

ULU Knife e outros presentinhos do Alaska...



O fofo do meu cunhado viajou pelo Alaska durante um mês, e além de histórias incríveis trouxe alguns presentinhos na bagagem, como a Ulu knife. Logo que olhei para a sua carinha, que me lembrava uma mezzaluna pequenina, tive de apanhar um punhados de coisas da geladeira da minha mãe e sair picando tudo! Ela vem acompanhada de uma linda tábua de madeira com um designer côncavo que permite todos os movimentos de forma rápida e delicada. Estou apaixonada; não é que o bandido acertou na mosca!

Descobri que essa faca é tradicionalmente usada por mulheres, e não apenas para cortar alimentos, mas também para tirar a pele de animais, cortar cabelo e até dar acabamento a pedras para iglus!  ***olhos arregalados e neurônios trabalhando*** Humm, interessante, quanto ao iglu a faca será subutilizada, mas bem que o cabelo do Ebraim está precisando de um corte...



 

domingo, 12 de setembro de 2010

Destino dos demais meliantes...


Intrigados quanto ao destinos dos outros dois suspeitos??? Bem, um foi encaminhado para a minha casa, para posterior inquérito; o outro foi interrogado ali mesmo, sobre uma fatia de pão italiano integral, com um fio de azeite e uma pitada de sal. Caso resolvido!

 meliante durante o interrogatório

o severo olhar de Cherry, o cão-promotor, aguardando o início do inquérito

Salada de abacate e manga com vinaigrette cítrica de grappa



Me apaixonei por essa salada, que além de unir o doce das frutas ao amargor da rúcula, vem acompanhada de uma vinaigrette bastante convidativa. Eu não costumo fazer temperos com cebola crua, pois apesar de adorar o seu sabor, fico me lembrando dele pelo resto do dia... Ainda assim, teimei e resolvi experimentar, trocando, apenas, a tequila, pela grappa, e sua doçura harmonizou perfeitamente com as frutas da salada...




Não repararam em nada nas fotos? Quando montei a salada o telefone tocou, e ao retornar para finalmente fotografar e comer me esqueci de temperar a salada com a vinaigrette e o fiz apenas com azeite e pimenta do reino... No fim deu tudo certo e foi uma delícia, mas a bendita não apareceu nas fotos. :/


Salada de abacate e manga com vinaigrette cítrica de grappa
adaptada daqui

rendimento: 4 porções*

Para a vinaigrette
- ½ colher (chá) de raspas de limão tahiti;
- ½ colher (chá) de raspas de laranja;
- 2 colheres (chá) de suco de limão tahiti;
- 1 colher (sopa) de grappa [a receita original pedia Tequila];
- 1 colher (sopa) de vinagre de xerez;
- 3 ½ colheres (sopa) de azeite;
- ¼ ou ½ colher (chá) de tabasco, a gosto e
- 1/8 colher (chá) de sal.

Para as tiras de tortilla**
- 1 tortilla grande cortada em tiras;
- 2 colheres de sopa de azeite e
- uma pitada generosa de sal.

Para a salada
- 4 punhados de rúcula sem as raízes, lavada e seca;
- 1 manga madura, sem a pele, cortada em 8 fatias e
- 1 abacate maduro, mas ainda firme, sem a pele, cortada em 8 fatias.
 
Primeiro, faça a vinaigrette misturando as raspas, o suco, a grappa, o vinagre, o azeite, a pimenta e o sal. Reserve.


Para as tiras de tortilla, esquente uma frigideira grande e de fundo grosso em fogo médio/alto. Adicione o azeite e as tiras, e saltei-as por 2 ou 3 minutos, até que fiquem douradas e crocantes. Tranfira-as para um prato e salpique o sal*. Reserve.


Na hora de servir, coloque um punhado de rúcula em cada prato, tempere com metade da vinaigrette, disponha a manga e o abacate alternadamente, tempere com o resto da vinaigrette e finalize com as tiras. Sirva imediatamente!


* adaptei às quantidades totalmente a olho para conseguir uma porção; impossível mensurar, foi mais para um chorinho disso, uma pitadinha daquilo...

** após resfriarem à temperatura ambiente as tiras podem ser armazenadas em um recipiente fechado ,por até 3 dias. Omiti esse item do preparo porque tinha um pão fresquinho, mas acho que o pão sírio é uma possível substituição .


sábado, 11 de setembro de 2010

Erva doce e suas mil e uma utilidades...

 
postei as lindas "flores" da erva-doce, e acabei por ler um pouco mais sobre o assunto, após descobrir que essa plantinha, além de inebriar com sua beleza e oferecer tantos componentes para serem consumidos de diversas formas, ainda ornamenta e perfuma a casa...


A raiz, também conhecida por bulbo, pode ser consumida fria, em saladas, ou quente, em refogados, assados, gratinados... Com seu fino caule podem ser produzidos xaropes e licores, e dele saem folhas verdes longas e delgadas, com sabor pronunciado, usadas como tempero ou em infusões. As inflorescências, com formato de guarda-chuva invertido, contém de 20 a 50 pequeninas flores, de um amarelo forte e pujante, com 2 a 5 mm de diâmetro e  completamente açucaradas, com um leve sabor de erva-doce, motivo pelo qual me questiono sobre o porquê das abelhinhas as preterirem em favor das flores do manjericão... Por fim,  as sementes secas que tanto conhecemos, são os frutos da erva-doce; com formato oval, de 2 a 4 mm de largura, são largamente usadas em pães, biscoitos, carnes e infusões.

Agora, o que eu descobri sozinha, por puro empirismo, foi que depois de seca essa planta emite um maravilhoso perfume que me remete ao do maple syrup! Primeiro eu retirei as sementinhas (frutos) antes que a inflorescência (guarda-chuva) secasse, deixei-as secarem naturalmente até perderem sua cor verde, e armazenei-as fechadas em um vidro, dentro do armário. Alguns dias depois, cortei o caule com a inflorescência, ambos já secos, mas tive dó de jogá-los fora e os apoiei no balcão esperando aqueles cinco minutos de fúria, nos quais não se tem dó nem piedade das coisas a sua frente.  Entretanto, comecei a sentir um aroma suave ao passar perto dele, e percebi o quanto o caule estava cheiroso, mesmo após alguns dias sobre a bancada. Não deu outra, foi para o vaso, ou melhor, para  garrafinha de cerveja, e para a mesa no centro da sala; além de decorar com sua estrutura singular, ainda perfuma levemente a casa. Não é multiuso total???


sábado, 4 de setembro de 2010

Uma condenação e um creme de abacate...



EMENTA: Encontrado na bancada da cozinha da mamma em companhia de outros dois meliantes,  o Abacate Gigante foi julgado pelo Conselho de Sentença, que entendeu por bem condená-lo ao crime de  instigação ao homicídio, no qual foi vítima "a Fome" de alguns integrantes da família Romano, rejeitando a tese de negativa de autoria, bem como a de existência de circunstância atenuante em seu favor.

CONDENAÇÕES.

Visto etc.

ABACATE GIGANTE, devidamente qualificado nos autos, foi pronunciado como incurso nas sanções do artigo 122 do Código Penal, por ter cometido crime de instigação ao homicídio contra a Fome de alguns integrantes da família Romano, por volta das 14 horas do domingo passado, em Cotia, tudo consoante  os laudos de exame cadavérico de fls..

Submetido no dia de hoje a julgamento perante o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri Popular da Comarca de São Paulo, os senhores juízes não acataram a tese defensória dos gatos AmeLuna, fundada na negativa de autoria, entendendo que o Réu cometeu o referido crime, conforme acusação do nobre Promotor cão-Crerry; confira:

"Senhoras e Senhores do Júri - argumentava o Cão -, não se enganem com essa linda bola verde sobre a bancada da cozinha, aparentemente uma joia orgânica que saiu do sítio para passear na cidade, gordurosa, versátil e saborosa, mas que não passa de um criminoso frio e calculista, acusado de instigar seus colegas à matar a Fome de tantas pessoas, no café da manhã, almoço, lanche, e até sobremesa, não pode passar in albis por esse Tribunal!" 

Considerando os antecedentes e os indicadores de seu perfil psicológico voltado para o crime, passo à fixação da pena:

Isto posto, CONDENO O ABACATE GIGANTE à pena base inicial de 2 minutos de reclusão.
 
A pena deverá ser cumprida em regime FECHADO, no Liquidificador, acompanhado de açúcar e um pouco de leite gelado.

Após o trânsito em julgado, expeçam-se os potes necessários para a sobremesa cabível e adotem-se todos os talheres de praxe para pratos desta natureza. 

Permaneça o réu na Geladeira de Polícia, onde se encontra preso e recolhido, até o trânsito em julgado desse decisório, ressaltando-se que, caso o cumprimento não seja imediato, deverão ser adicionadas algumas gotas de limão ao creme.

Publicada em plenário, da qual todos tomaram conhecimento.

Registre-se.
           
                           1ª Sessão da  23ª Reunião Semanal para Jantares/ Almoços Especiais na Casa da Mamma.

    São Paulo, 4 de setembro de 2010.

DRA. SABRINA ROMANO
JUIZA PRESIDENTE DO MENU À TROIS
 
 

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