quinta-feira, 28 de maio de 2009

Escondidinho de bacalhau e Exibidinho de legumes

No início da semana comprei bacalhau pensando em fazer esse escondidinho; na verdade estava com vontade de comer uma comidinha de boteco, mas se Maomé não vai à montanha...


ESCONDIDINHO DE BACALHAU



Para dessalgar, passei os filés sob água corrente, coloquei-os de molho em um pote com água, cobri com PVC e coloquei-o na geladeira. No primeiro dia troquei a água 2 vezes; no segundo troquei mais uma e, no meio do dia, em vez de colocá-lo de molho na água uma quarta vez, fiz isso no leite. Usei-o no dia seguinte, pela manhã.

- 400g de bacalhau - anote-se que eu o pesei na hora em que fui usá-lo, portanto, de certo estava mais pesado do que quando o comprei, pois absorveu um pouco de líquido
- 3 cebolas roxas
- 12 tomates cereja
- pimenta do reino
- azeitonas pretas
- 1,2 Kg de batata
- queijo para o purê
- leite para o purê
- queijo para gratinar

Corte as cebolas finamente e refogue-as em um pouco de azeite. Como eu só tinha duas cebolas roxa, usei também uma branca. Adicione os tomates cereja cortados em quatro pedaços, espere alguns segundos, acrescente o peixe, a pimenta do reino moída na hora. Refogue um pouco para que os sabores se integrem e excesso de líquido evapore. Apague o fogo, acrescente um fio de azeite e reserve.


Para o purê, cozinhe as batatas, descasque-as e amasse-as. Eu passei as bolotinhas pelo passe-vite, mas você pode penas amassá-las com um garfo. Acrescente um pouquinho de leite, apenas para dar consistência ao purê. Adicione um fio de azeite e queijo ralado a gosto; usei um pouquinho de provolone.

Monte os escondidinhos com uma camada de purê, o bacalhau, uma camada de azeitonas, cobertura de purê e queijo salpicado para gratinar. Cuidado para não exagerar nas azeitonas, pois já há algum sal nos queijos. Algumas pessoas gostam de fazer várias camadas, intercalando purê e peixe. Outrossim, alguns misturam as azeitonas no peixe, ainda na panela; também pode!





Variações
Como o Ebraim é um pouco avesso à textura do purê, ele mesmo resolveu fazer alguns furinhos sobre o purê, regá-lo com azeite e levar para gratinar. Ele achou que ficou bem melhor, com uma textura mais crocante... Como eu gosto de quebrar a castinha do gratinado e atravessar a maciez do purê, fico com a primeira opção, mas ele preferiu a deve!

Eu quis fazer um teste com purê de mandioquinha; não preciso nem dizer que se o Ebraim não é muito afeito ao purê de batata, para o de mandioquinha ele olha atravessado; portanto fiz apenas um, só para mim. Segui o mesmo processo, mas adicionei alguns cubinhos de gorgonzola sobre o peixe, antes de cobri-lo com o purê. Adicionei as raspinhas de queijo e levei-o para gratinar. Achei que ficou muito suave, adocicado; me agradou muito!


EXIBIDINHO DE LEGUMES

Quis fazer algo mais light para acompanhar o escondidinho, mas não queria comer salada; ultimamente tenho preferido legumes refogados, quentes ou frios, no lugar de salada de folhas. Acho que o clima tem contribuído para isso.

- 1/2 pimentão vermelho
- 1/2 pimentão vermelho
- 1/2 pimentão vermelho
- 2/3 berinjela grande
- 1 abobrinha

Pique todos em cubinhos bem pequenos e refogue-os, separadamente, por aproximadamente um minuto cada. Tempere-os a gosto; eu usei apenas um fio de azeite e pimenta do reino moída na hora.

Comida árabe, cafés e cultura... Um dia memorável!

Hoje pude comprovar a realidade da máxima "há males que vem para bem"; ou, nas palavras do meu pai, graças a um mau pagador, passamos uma tarde maravilhosa!

Havia combinado com o mau pai de passar no seu consultório pela manhã para pegar um documento, mas como tive alguns imprevistos, acabei ligando para ele perto do horário do almoço para saber se ele queria vir comer na minha casa ou se preferia passar aqui à noite. Ele, por sua vez, me fez um convite irrecusável; já que eu teria de ir a um cartório no centro resolver um probleminha para ele, por que não almoçarmos por lá?!? Adivinhem a minha resposta...

Ele planejava me levar para comer em um restaurante que ficava na cobertura de um tradicional Hotel de São Paulo, o Othon Palace, na Rua Líbero Badaró, nº 190. Entretanto, para tristeza geral, o verbo foi conjugado no tempo correto; restaurante "ficava" lá, pois o hotel foi desativado. Pesquisei um pouco antes de postar aqui no blog e descobri que este hotel foi inaugurado em 1954 e, posteriormente conhecido como São Paulo Othon Classic, foi o primeiro empreendimento da família Bezerra de Mello na capital paulista, uma referência na cidade por muitos anos. Conforme descrito por meu pai, na sua cobertura encontrava-se o Challet Suisse, que se destacava por sua cozinha cuidadosa e pela maravilhosa vista para a Praça Ramos, Teatro Municipal, Vale do Anhangabau e Prefeitura. Encontrei algumas postagens no Orkut em que antigos funcionários lamentavam o encerramento das atividades do Hotel em 4 de novembro de 2008, sem maiores explicações.

Fiquei realmente triste; gostaria de conhecer o lugar do qual meu pai falou com saudosismo sobre um maravilhosos fundue servido no inverno...

Bom, depois de descobrir que os planos do almoço com vista panorâmica tinha ido para o brejo, meu pai pensou um pouco e se lembrou de um restaurante árabe colado no Mosteiro de São Bento, o Jacob, que fica no n.º 65 da Florêncio de Abreu. É um restaurante árabe típico, que serve comida por quilo a preço acessível. Muito bem cuidado, o restaurante conserva uma aura tradicional e serve comida caseira típica. No buffet de saladas, folhagens, tomates, beterraba temperada, dois aperitivos de berinjela, salada com chanklich (queijo típico), salada de grão de bico, tabule, as pastas tradicionais: homus, babaganuche, m'hammara e coalhada; entre outros. No Buffet quente, charutinho de folha de uva, kafta assada, quibe cru, frito e assado, abobrinha recheada, arroz com lentilha, arroz marroquino, linguiças, esfihas... A pedido do cliente, é servida uma cesta de pães, sendo um deles com pasta de zatar. Chegamos na hora certa; quando nos sentamos à mesa, já com os pratos cobertos, o restaurante começou a lotar! Como a rotatividade é grande, a comida deve ser sempre fresquinha, como estava nesse dia.

Depois de nos fartarmos, não poderíamos deixar de provar uns doces típicos... Para fugir dos conhecidos ninhos, experimentamos o malabie, um manjar com cobertura de doce de mamão, e o ataif, uma panqueca com recheio de nozes ou natas e calda. O malabie é perfeiamente equilibrado; a leveza do manjar é enfatizada quando degustado junto com o doce de mamão. Para os que fogem de sobremesas muito doces, indico esta. Por outro lado, o malabie possui uma massa não muito fina, recheada com nozes, fechada em formato de meia lua e coberta com a tradicional calda doce. Esse sim é doce! Maravilhosamente doce! Se for almoçar com alguém, divida est, pois para um só, que já almoçou bem, é... Digamos... Muito bem servido! Foi sofrido, mas deixamos um pedacinho no prato...


O restaurante não tem um site, mas encontrei este em que são anunciadas algumas receitas e outras quatro filiais .

Não chegamos a perguntar, mas acho que lá não servem café. É claro que quando você está na Rua Boa Vista isso não é problema. É até uma desculpa... Entramos no também tradicional Café Girondino e pedimos dois expressos. É muito engraçado tomar café com o meu pai... Ele entorna o café para dentro da boca assim que o mesmo é posto na sua frente, não importando o quão quente ele esteja; e aquele estava pelando...

Da Boa Vista entramos na João Brícola, onde o papai me mostrou o prédio em que o vovô Miguel teve seu primeiro trabalho. Acabamos desembocando na XV de Novembro e, enquanto eu era torturada por inúmeras lojas da Bongusto, meu pai avistou um bar chamado Salve Jorge - Cervejaria e Galeto. Amplo, com dois andares, grandes lustres e inúmeras garrafas de cerveja Original no teto, considerado pela Veja como "o melhor happy hour da cidade". Propõe desde o típico PF até o requintado risoto tailandês de camarão com abacaxi, servindo também pratos leves e sobremesas.

Continuamos caminhando sentido Sé, fomos ao cartório e começou a cair o maior toró... Olhamos um para a cara do outro, sorrimos, atravessamos a rua e fomos tomar mais um café, agora no Pelé Arena - café e futebol. Além de café, oferece almoço em um ambiente bem futebolístico. Camiseta com assinatura do Pelé na parede, garçons vestindo camisetas de futebol, enfeites temáticos por todos os lados; tudo com um toque de luxo, como todos os imóveis das mediações. Confesso que o café do Girondino estava mais marcante, mas este vinha acompanhado de água e um maravilhoso biscoitinho amaretto!

A chuva não estava nos dando trégua, mas em um momento de distração atravessamos a rua, caminhamos um pouco e caímos no prédio do Centro Cultural Banco do Brasil. Fiquei apaixonada! Como eu nunca fui a esse lugar? O prédio, totalmente conservado, possui auditório, cinema, café, loja com livros e lembrancinhas especiais e exposição de arte. Primeiro descemos uma escada e demos de cara com um dos antigos cofres do banco, hoje utilizado para compor uma exposição infantil. As portas, importadas da França, eram enormes... Quinze, talvez vinte centímetros de espessura e um peso incrível! Estávamos embasbacados, até que um segurança nos disse que aquela porta era pequena, pois dava acesso a apenas um cofre; a porta principal, que dava acesso a todos os cofres, era o dobro dessa. Impressionante, um tesouro! Voltamos para o térreo e pegamos o antigo elevador, totalmente conservado, até o mezanino... Uma viagem!

Fomos caminhando até chegar no carro, meu pai me deixou em casa e foi trabalhar. Como disse no início do post, o dia foi repleto de acasos, de fatos não tão agradáveis como dívidas, portas fechadas e chuva, que desencadearam em uma sucessão de eventos incríveis, um maravilhoso passeio no centro, do qual nos lembraremos para sempre! O engraçado é que o dia não teria sido tão bom se tudo tivesse corrido como o programado; o gostoso foi o improviso!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Álbum de fotos - 2


Esse álbum ainda não está completo; para quem não é membro do Orkut e acompanha as atualizações, pode acessar essa página e acompanhar as novas fotos:











http://www.orkut.com.br/ExternalAlbum.aspx?uid=823593788699348475&aid=1242070162&t=3348370360617469100&vid=04535829569695588348&ik=ACGyDXsFHJMcXIeHSibWm6yqkbzs7AtkZg

Álbum de fotos - 1

Acessem para ver o álbum:










http://www.orkut.com.br/ExternalAlbum.aspx?uid=823593788699348475&aid=1225115537&t=3996094743592824194&vid=04535829569695588348&ik=ACGyDXvqr9UbqaEtL3_9XTrlZP7xQs9D1A

Doritos e molho à bolonhesa da mamma

Muitas das minhas lembranças de infância - para não dizer todas - são relativas à comida, e a maioria delas, ao lado do fogão... Desde que iniciei o blog tenho vontade de postar alguma receita da minha avó Lydia, que é a minha musa inspiradora, meu paradigma de esposa, mãe e avó; entretanto essa homenagem terá de esperar um pouco, mas trago a receita, ou melhor a lembrança gastronômica do molho à bolonhesa da minha mãe...

Digo que não é uma receita, mas uma lembrança, pois o melhor momento não era o da elaboração do molho, tampouco o da degustação do dito com a sua devida pasta... Minha mãe nos chamava, com um sorriso no rosto e aquele barulhinho peculiar de saco de salgadinho; comíamos o molho com Doritos! Parecia que estávamos fazendo alguma coisa errada; era o máximo!

Por muitos anos reclamei a falta do tal Doritos, pois no mercado circulavam apenas alguns com sabores muito fortes, que nunca me apeteceram muito. Tentei com nachos de outras marcas, mas nenhum era como o Doritos. Contudo, em uma bela madrugada, alguns dias atrás, saímos para ir ao supermercado; o Ebraim ficou no carro com a Cherry e eu subi para apanhar alguns mantimentos de última hora... Já me dirigindo ao caixa, qual não foi a minha surpresa: relançaram o Doritos tradicional!!! Eu fiquei tão feliz que tive de contar a história para um senhor que estava ao meu lado... Coitado, foi simpático, mas deve ter me achado uma louca!



Bem, é claro que ao adentrar no carro contei tudo para o Ebraim e, quando chequei em casa, munida do meu queridinho passe-vite e de alguns belos tomates, fiz um molho ao sugo... Ok, sei que tinha mencionado que o molho da minha mãe era à bolonhesa, mas era de madrugada, não havia carne descongelada no súper, tampouco na minha casa. Este teria de bastar!



Tenho de confessar que o Doritos não é o mesmo da infância... Talvez realmente não o seja, ou talvez eu esteja fantasiando todo um momento, mas o fato é que esse "Doritos dippas" não é o bom e velho Doritos... Mas também, minha cara, já se passaram quase vinte anos...




Como o Ebraim estava um pouco cético com a simplicidade da ceia, resolvi saltear um shitaki que estava na geladeira em um pouquinho de mateiga e cozinhá-lo, rapidamente, com shoyu e sake. Cuidado com o shoyu, ele é muito salgado!



Não foi o molho da minha mãe, mas só de saber que há um Doritos tradicional no mercado já me sinto aliviada! Agora é só comprar os ingredientes e prender a minha mãe na cozinha... Quando isso acontecer, obviamente postarei as fotos e a receita do seu maravilhoso molho...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Massa básica para quiches e tortas




Eu gosto muito de preparar quiches e tortas, porque além de serem muito versáteis, sempre agradam! Digo que são versáteis porque elas podem ser feitas em diversos tamanhos e com inúmeros recheios; podem ser sevidas como entrada, prato principal ou apenas um petisco...

Além disso, se for receber alguns amigos em casa, você pode fazer uma única massa e servir tanto quiche quanto torta; a única diferença é que para esta você deve abrir um pedaço de massa para cobrir a torta e pincelar ovo batido com manteiga.


Receita

Massa
100g de manteiga em cubinhos de 1cm³
200g de farinha de trigo
1 ovo mal batido
2 colheres de sopa de água fria

Retirei a receita da massa do livro "Le Condon Bleu - quiches e salgados"; neste ela é denominada de "massa quebrada".

Peneire a farinha de trigo para dentro de uma tigela, acrescente os cubos de manteiga e, com movimentos rápidos, envolva-os até que a massa fique parecida com migalhas de pão. Faça uma cova no meio da massa, acrescente o ovo batido com a água e trabalhe a massa até que consiga uma bola lisa. Embrulhe-a em papel filme e leve-a a geladeira por 20 minutos. Você pode fazer a massa em um dia e deixá-la na geladeira para ser usada no dia seguinte, ou ainda congelá-la.

Para abrir a massa não é necessário enfarinhar a superfície de trabalho nem untar a fôrma. Uma forma fácil é cortar dois pedaços de plástico grosso, colocar um sobre a superfície de trabalho, uma bolinha de massa ao centro e a outra folha de plástico em cima.

Abra-a com o rolo no diâmetro desejado, tire o plástico superior, enrole a massa no rolo e leve-a sobre a fôrma desejada com o plástico voltado para cima. Vá acomodando a massa na fôrma; quando estiver perfeita, passe o rolo cortando os excessos de massa. Faça furinhos na massa com um garfo.

Podem ser usadas diversas fôrmas, com aro removível ou não, grande ou pequenas. O ideal é que a fôrma seja baixa, para manter a proporção entre massa e recheio.

Recheio
2 ovos mal batidos
200 ml de iogurte desnatado ou de creme de leite fresco
2 colheres de sopa de azeite

Apesar da tradicional quiche Lorraine ser feita com creme de leite, bacon defumado e gruyère, eu sempre faço as minhas com iogurte desnatado e vegetais frescos, e ficam levemente deliciosas!

Isso se dá porque o recheio pode ser mais light, se utilizar iogurte desnatado, queijos magros e legumes cozidos no vapor; ou não, com creme de leite, bacon, defumados e queijos amarelos... Nesses casos, o creme de leite fresco é mais recomendado do que o de caixinha; a minha querida tia Mª Helena, juntamente com a doce Noêmia, me ensinaram que se você for congelar a receita, nunca se deve usar creme de leite de caixinha, pois ele irá talhar quando descongelado... Anotado!

Com relação aos demais ingredientes que podem ser adicionados, quem manda é a imaginação; você pode estar em um lugar, ver algo que lhe chama atenção e pensar "ficará ótimo em uma quiche"; ou então usará apenas o restodonte, devidamente desfiado ou fatiado e temperado, ou ainda só o que tiver na geladeira... O resultado sempre impressiona, desde que os ingredientes sejam harmônicos; é claro!

Como sugestão para complementar o recheio, indico pimentões de todas as cores, cogumelos mil, azeitonas, tomates secos ou frescos, alho poró, carnes (bacon, linguiça, lombo, salmão, atum, kani...) e queijos de todos os tipos são SEMPRE muito bem vindos! O gruyère é o veterano, mas o parmesão, gorgonzola e tantos outros também podem ser utilizados, devidamente ralados ou bem picados. Note-se que as carnes nunca irão cruas para a massa, pois não terão tempo de cozinhar; elas já devem ir em tamanho pequeno, desfiada, fatiada ou em cubinhos, dependendo de qual será utilizada e do resultado desejado.

Ervas frescas, um pouco mais de azeite, gergelim torrado, pimentas, shoyu, gengibre, raspas de limão, curry, cardamomo, entre outros, sempre darão o toque final à receita!


Montagem

Nesse ponto sou adepta da praticidade... Gosto de colocar o recheio diretamente sobre a massa, ainda crua. Eu não marquei o tempo exato que as quiches ficam no forno, mas gosto de colocá-las quando este está pré-aquecido há algum tempo, e deixá-las à 180º até que dourem. Alguns livros recomendam que elas fiquem no forno à 220º, por 20 min., mas eu gosto de assá-las lentamente...

*** IMPORTANTE*** O recheio nunca deve ser colocado quente sobre a massa crua; se fizer um refogado, leve-o à geladeira por algumas horas, ou mesmo de um dia para o outro, antes de colocá-lo sobre a massa.

Quando faço uma quiche simples, apenas com iogurte, azeite, ovos, queijos e pimenta, misturo tudo e coloco sobre a massa; entretanto, quando utiliso ingredientes sólidos, como brócolis, tomate, alho poró refogado, cogumelos, tomates ou carnes, disponho os mesmos diretamente sobre a massa, seguindo com o queijo ralado e finalizando com a parte líquida.

Esse maravilhoso livro que mencionei no início do post indica outra forma de preparação, na qual a massa vai ao forno sem o recheio. Se quiser fazer dessa forma, amasse uma folha de papel manteiga até formar uma bola, abra-a novamente e forre a fôrma. Sobre este, coloque alguns grãos de feijão (crus!) até preencher a fôrma. Essa técnica permite que a massa asse e fique com aparência perfeita, lisinha, sem bolhas. Use essa técnica sempre que o recheio for muito líquido, como por exemplo, uma ganache de chocolate ou a famosa torta de limão... Mas isso fica para outros posts! Leve a fôrma com o papel manteiga e os feijões ao forno pré-aquecido a 180º por 25 minutos, ou até que a massa fique firme. Retire os feijões e o papel manteiga e volte a fôrma ao forno por mais 7 minutos. Coloque o recheio e volte-a ao forno por mais 20 ou 30 minutos, ou até que este esteja firme.


Rendimento

Quanto ao rendimento, fiz uma receita de massa e forrei 80 forminhas de 3cm de diâmetro de base e 2 cm de altura. Essas forminhas de silicone são ótimas e práticas, nada gruda nelas! Entretanto, devo confessar que o trabalho de cobrir tantas forminhas é árduo e demorado, mas o resultado é incrível!!! Outrossim, lembrando-me da minha querida, prática e ariana tia Mô - o que se aplica a todos que gostam de comer bem mas que não querem passar o dia na cozinha -, essa quantidade também é suficiente para forrar 2 formas de 20 cm de diâmetro, ou ainda, fazer 1 torta nesta mesma fôrma. Se for fazer uma torta, não jogue fora o restante da massa;, aproveite-o para fazer enfeites, personalizá-las, ou mesmo para diferenciar os sabores!


Com relação ao rendimento do recheio da quiche, tudo dependerá dos acréscimos que forem feitos, mas deve-se tentar manter uma proporção de parte líquida e sólida. Uma receita de recheio rendeu 20 unidades das forminhas mencionadas acima; provavelmente será suficiente se desejar fazer a quiche em apenas uma forma de 20 cm de diâmetro.


Bem, depois de tudo isso só me resta dizer que além de ser um dos pratos prediletos do Ebraim, sempre agrada aos comensais eventuais... Sucesso de crítica e público!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Revisitando velhos pratos...







Sempre fui aficcionada por minituras; não que eu as colecione, mas sempre admirei muito um trabalho tão árduo e preciso. Na cozinha não foi diferente; sempre gostei de ver pequenas porções, miniaturas de doces, detalhes e mais detalhes... Esse método, por meio do qual se pode sintetizar os sabores de uma refeição em apenas uma mordida, é denominado de finger food. Como o próprio nome diz, é uma comida para se comer com os dedos!

Hoje não preparei nada que precise de receita... Como iria servir apenas alguns frios, pães e frutas, ao contrário de dispô-los em um único prato, arrumei os mesmos em pequenas porções. O resultado foi esse:


Esse método é muito versáril; ele permite que se sirva comida em festas nas quais as pessoas não se sentam à mesa para comer, assim o anfitrião não fica adstrito às velhas torradinhas com patê. Fora isso, ainda que vá servir pratos, a finger food é muito interessante porque permite a experimentação de uma gama de pratos em apenas um; podem ser servidos dois tipos de carne, ou ainda um mesmo tipo com dois acompanhamentos ou molhos diversos... A sua imaginação é o limite!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Voltando ao gnocchi...


Lembram-se do gnocchi de alguns dias atrás? Pois é, apesar dele ter sido servido no almoço, ainda restaram algumas bolinhas enfarinhadas na geladeira... Eu pensei em fazer um teste, pois apesar de ter adorado o sabor, tenho de confessar que a aparência pálida das bolinhas não me agradou muito...




Por isso, após passá-las pela água fervente, dei uma seladinha nas mesmas em uma frigideira antiaderente com um pouquinho de azeite. O resultado só não foi melhor porque eu fui muito apressada e não deixei todos os lados do gnocchi selarem. De qualquer forma, a textura ficou excelente; até o sabor se intensificou. Farei sempre assim!

domingo, 17 de maio de 2009

Comida de mãe, a melhor do mundo!

Em uma fria manhã de outono vejo as brumas se dissiparem e uma pequena embarcação surgir por entre elas... Minha querida bruxa decidiu acordar cedo no domingo e ir à feira; ainda não sei o que virá, mas com certeza, o resultado será inefável...


Ok, que "comida de mãe é a melhor do mundo" não é novidade; o raro é eu comer essa iguaria, já que é praticamente impossível fazer a minha mãe sair do meio dos seus adorados livros e voltar para a terra firme. Entertanto, para a minha surpresa, quando cheguei a sua casa ela se preparava para iniciar a magia... Todos os ingredientes estavam separados em suas devidas proporções, as cebolas estavam sendo minuciosamente cortadas, e eu me aprontei para anotar cada detalhe da poção...

Caldeirada de lula com batata

- 4 cebolas grandes
- 8 dentes de alho
- 7 tomates maduros
- 2 maços de salsinha

- 2 maços de cebolinha

- 1,5 Kg de lula limpas e cortadas em rodelas
- 3 batatas médias
- sal q.b.
- pimenta do reino
- azeite q.b.

- 2 xícaras de arroz


Essa caldeirada é uma receita espanhola, trazida de lá pelo meu querido tio Alberto - o eterno Tião Gavião -e passada a minha mãe pela tia Neusa, sua esposa.

Refogue, em uma panela de pressão, a cebola em cubinhos e o alho espremido em um pouco de óleo. Quando a cebola estiver translúcida, coloque os cubinhos de tomate, já devidamente pelados e sem as sementes. Refogue por mais alguns minutos até que ele comece a se desfazer. Adicione as folhas da salsinha e a cebolinha, ambas picadas, as lulas, o vinho, o sal e tampe a panela de pressão. Depois que a panela pegar pressão, calcule 10 minutos; após, tire a pressão da panela colocando-a sob a água da torneira.


Adicione as batatas descascadas e cortadas em cubos de aproximadamente 2 cm³, tampe a panela e, após a panela pegar pressão, conte 8 minutos. Tire novamente a pressão da panela, verifique o sal e adicione as folhas da salsinha, picadas no tamanho que desejar.

Se você não for servir entrada, essa quantidade de lula serve 4 pessoas, com direito a repeteco ; do contrário, serve 5. Outrossim, o tamanho da panela também é relevante. Tendo em vista que o prato é bastante caudaloso, o ideal é usar uma de 6 litros. Fiz o arroz de uma forma um pouco diferente da tradicional, cozinhando-o como se fosse uma massa. Fervi uma boa quantidade de água com sal e joguei o arroz já lavado. Deixei-o cozinhar até que ficasse al dente, escorri a água, coloquei-o sobre a água da torneira para que parasse o cozimento e reservei-o. Quando faltavam 2 minutos para o cozido ficar pronto, aqueci um pouco de azeite e dei uma fritadinha no arroz, apenas para esquentá-lo. Adicionei um pouco de sal, e pronto! Após montar o prato finalizei-o com um fio de azeite, pimenta do reino e algumas folhinhas de salsinha.

Algumas considerações antes de revelar a magia final... Sempre que algum prato de frutos do mar pede arroz, eu uso o de Jasmin, com ou sem leite de coco, dependendo da receita. Entretanto, como na casa da minha mãe só tinha o velho Tio João parboilizado, não tive para onde correr. Tenho de dizer, entretanto, que o resultado ficou bem harmônico, principalmente pela textura e pelo fato do arroz estar sem os temperos tradicionais. Por fim, sempre que eu olho para essa receita tenho vontade de picar uma dedo de moça e refogá-la junto com a cebola, mas a mamma não suporta pimenta, então continuo na expectativa...

Eu cometi um erro terrível ao clicar na foto abaixo para vê-la em tamanho original... Dá vontade de morder a tela!


Como já havia adiantado, não há palavras para descrever; todos nos refestelamos...

sábado, 16 de maio de 2009

Mousse e marzipan: um romance perfeito!




Minha querida tia Mª Helena, além de ótima gourmet, pessoa com a qual adoro conversar sobre culinária, e que inclusive me indicou um livro maravilhoso, cujas receitas nunca dão errado, mostrou-se uma cozinheira de mão cheia e me presenteou com um pote de doce de marzipã!





Ele ficou a semana toda na geladeira, sendo comido a colherinhas, mas hoje tive uma ideia terrível... Servi-lo com mousse de chocolate! Essa mousse, na verdade é uma refém, pois foi sequestrada do pote de mousse que fiz para colocar sobre uma cama de pães de mel e montar uma torta para o Ebraim levar ao trabalho. O problema é que se eu não tivesse apartado um pouco da mousse para ele comer aqui em casa, iria ficar ouvindo a ladaínha por uma semana, ou até que fizesse outra; o que acontecesse primeiro...


Sou obrigada a ralatar que o namoro entre a mousse e o marzipan deu muito certo... Vou repeti-lo em experiências futuras...



sexta-feira, 15 de maio de 2009

Molho de tomate

Dito e feito! O vovô veio almoçar aqui em casa e eu servi o belo gnocchi ao fresquíssimo molho de tomate feito no passe-vite. Já tinha visto fotos e ouvido relatos, mas fazer esse molho foi um imenso prazer! Além de ser muito mais prático do que cortar os tomates ao meio para retirar as sementes, a textura e a cor são incríveis; sem falar do alto rendimento, já que não há desperdício sobre a tábua.

Comprei 18 tomates grandes, aproximadamente 3,800 Kg. Eles não estavam perfeitos pra fazer molho, mas foram os únicos que encontrei, então comprei assim mesmo. Após higienizá-los, fiz dois cortes em formato de "x"; um na parte de cima e outro na de baixo de cada tomate. Coloquei os frutos em uma panela com água e sal, em ponto de ebulição, até que a pele se soltasse. Se você for utilizar uma panela pequena, tome o cuidado de virar os tomates para que toda a sua superfície entre em contato com a água.

Imediatamente -completamente ansiosa!-, coloquei os tomates no passador e comecei a girá-lo. O sumo foi saindo por completo, sem desperdício algum, enquanto que as sementes e pele ficaram na peneira. Usei a mais fina para ver como ficaria:

Depois da primeira leva de tomates passar, achei que seria mais produtivo tirar a pele antes, pois é algo muito fácil de ser feito e que agiliza o processo final, pois a quantidade de restos na peneira é bem menor. Tirar a pele de todos os tomates é algo que não demora um minuto.

Como eu odeio lavar louça, já havia refogado uma cebola e uma fatia fina de bacon e deixei o sumo dos tomates caírem nessa panela. Depois foi só levar ao fogo até que encorpasse, acertar o sal e montar o prato com um pouco de gnocchi, molho, parmesão ralado, manjericão e um fiozinho de azeite.

Modéstia à parte, mas ficou uma delícia! Um prato fácil e muito saboroso!

Gnocchi di Patate

Como ainda não usei o passe-vite adequadamente, decidi preparar um gnocche de batata para realmente estreá-lo da forma merecida. Coloquei as batatas para cozinhar e, seguindo as instruções do livro “Le Cordon Bleu – Batatas”, esperei que as mesmas resfriassem para poder descascá-las... Eis que toca o meu telefone; era o meu pai dizendo que estava na Padaria 14 de julho comprando um queijinho e um pão, e queria saber se eu "precisava" de mais alguma coisa. Normalmente eu não sou folgada, mas como se tratava deste lugar mágico resolvi abusar e pedi para que ele trouxesse um pedaço de queijo rambol com pistache. Essa padaria é um capricho dos deuses; a próxima vez que for lá irei tirar algumas fotos; para os adoradores de acepipes como o Ebraim, meu pai e eu, é um prato cheio!


Como podem perceber pela foto, o precioso rambol não se fez presente - por total ausência do perseguido da loja -, mas a verdade é que quando olhei para o “queijinho” que o papa havia me trazido, não fiquei nem chateada, afinal de contas, um Prima Dona é um Prima Dona! Hum...



Nessa etapa do campeonato as batatas já estavam na temperatura adequada para serem descascadas e passadas no ágil passatutto...

Receita

- 1 Kg de batatas farinhentas, escovadas
- 220 g de farinha de trigo
- 1 colher de chá de sal
- uma pitadinha de noz-moscada


Coloque as batatas para cozinhar em uma panela com água e sal. Após a água levantar fervura, reduza a temperatura e deixe-as por aproximadamente 30 minutos, ou até que fiquem macias. Após, escorra-as e deixe que arrefeçam antes de descascar.

Passe-as no passe-vite, penere a farinha, o sal e a noz-moscada. Envolva a massa com as mães até formar uma bola de massa uniforme. No livro há a recomendação de que a massa não seja envolvida demasiadamente para que não fique pegajosa; recomenda-se que o processo seja ligeiro, e assim o foi. Para quem não tem esse acessório, o livro indica a utilização de uma peneira ou um espremedor.

Limpe a superfície de trabalho e polvilhe-a com um pouco de farinha. Vá formando pequenos cilindros de massa e corte-os no comprimento desejado. Também pode fazer bolinhas; fica a gosto do freguês!

Coloque água com sal para ferver e mergulhe delicadamente os gnocchis. Não coloque muitos de uma só vez, pois podem grudar uns nos outros ou atrapalhar o cozimento. Não tenha pressa, cozinhe-os por partes! Você saberá que estão prontos quando começarem a flutuar; fique atento, pois o processo é rápido.



Tenho de confessar que fiquei muito surpresa com o resultado; realmente esse não é apenas um acessório, mas um item mais do que necessário! A massa ficou inexplicavelmente leve!

Como o meu querido avô virá almoçar aqui amanhã, decidi preparar o gnocche para ele... Mas, porém, contudo, entretanto, não poderia deixar de provar a massa... O resultado foi ótimo; uma massa leve, fácil de manusear e com textura e sabor perfeitos! Temperei-a apenas com um fio de azeite, pimenta do reino moída, manjericão e tomates cereja... Bendito seja il passatutto!



Como só provamos o gnocchi, acabamos jantando o belo Prima Dona com pão filão na versão torradinha de alho:



Amanhã irei preparar um molho de tomate para acompanhar as incríveis bolinhas... Até!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Presente perfeito!!!

Desde que comecei a me dedicar à culinária tenho vontade de ter um blog para poder compartilhar as minhas experiências e meu amor pela gastronomia. Hoje, após ganhar um presente que há muito desejava, decidi implementar a ideia... Fui surpreendida por um lindo passe-vite, recém trazido da Itália pelo meu querido tio Mauro. Ocorre que desde que decidi mergulhar de corpo e alma no mundo da gastronomia tenho comprado muitos livros, e a maioria traz receitas em que esse passador de legumes, como é conhecido no Brasil, é recomendado. Os chefs consideram esse acessório essencial para a preparação de purês; ele também confere uma textura profissional para calda de frutas, geléias e sopas, sem falar da praticidade na preparação de molho de tomate, já que o suco passa deixando a pele e as sementes na peneira.


Ele deve ser apoiado em uma panela ou tigela, para que o resultado, após a passagem pela peneira, seja recolhido. Temia um pouco pela limpeza... Tenho de confessar que depois que comprei a centrífuga de frutas penso muito antes de comprar algum utensílio, mas este não deu trabalho algum, já que é todo de inox e totalmente desmontável.


Esse foi o resultado com batatas; apenas lavei bem as benditas, cozinhei-as até ficarem macias e as passei pelo passe-vite, com casca e tudo. É claro que tenho uma receita muito especial em mente, mas não poderia dormir sem testá-lo. Também não resta dúvida de que o Ebraim temperou e degustou as mesmas; mas, segundo ele, foi meramente profissional...


Bem, o que dizer del passatutto... Perfecto!!!

Tio, muito obrigada pelo presente, pelo apoio e pelo incentivo.

Como o meu novo xodó solamente parla italiano, benvenuti e bom apetite!!!

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